Bananas embananadas

Não se enganem: um golpe era o plano B dos militares para o caso de derrota de seu “mito”. A “auditoria” das urnas eletrônicas seria o estopim. Porém a reação dos lunáticos – e só deles – para provocar um caos que justificasse uma intervenção militar foi um grande fiasco. Fora do restrito círculo de demência coletiva, todos aceitaram o resultado das eleições. Até o centrão pulou fora. Os vendilhões dos templos evangélicos idem. Só ficaram os “lelés da cuca”, o “ogronegócio” e os nazifascistas empedernidos. Mas teve o pior para o plano do golpe castrense: Tio Sam disse de imediato que o resultado das urnas deveria ser respeitado. Sorte nossa o Trump não ter sido reeleito.

Mas ainda há perigos no horizonte. O silêncio do “Hitler dos trópicos” não é somente depressão e pirraça de derrotado. Ele não aceita os resultados para assim manter os alucinados em estado de excitação permanente. Temeroso quanto ao seu próprio futuro e de seu clã, precisa manter a corda esticada até que encontre uma saída minimamente honrosa, se esta existir.  Enquanto ele não entubar a derrota, há o risco de atos insanos.

Não devemos descartar a hipótese da equipe do Banon  ainda estar dando assessoria e considerando ações tresloucadas. Escrúpulos é algo que essa turma nunca teve.

Os comandantes militares estão numa sinuca de bico; são coagidos a dificultar a transição na pasta da Defesa pelo ainda chefe do Executivo. E o plano golpista foi pro vinagre. Isto porque agora não derrubariam somente um presidente eleito, mas um líder mundial em ascensão e incensado por todos os continentes do planeta. Lutar contra este fato seria um risco muito alto e de consequências perigosas para os interesses da corporação (e principalmente para o país, mas eles se lixam pra isso). Imaginem os que sobrevivem na impunidade desde o século XIX tendo que responder pelos seus atos golpistas perante a comunidade internacional. Desde a prisão de Pinochet algo mudou. A vida de golpista bananeiro não é fácil no século XXI.

O fato é que, o que eles querem mesmo é negociar uma “rendição” em condições favoráveis, mesmo sendo chamados de “melancias” pelo bizarro bando de vivandeiras dos quartéis. Indignados por verem seus pares sendo chamados de “verde por fora/vermelho por dentro” responderam com uma grotesca nota do Comando do Exército. Ao invés de destacar o respeito à legalidade democrática, deram ênfase na coesão e disciplina da corporação. Pra bom entendedor: se for pra dar um golpe, eles estarão todos juntos….

E é aí que mora o perigo das FFAA bananeiras. Desta postura infame é que brotam os terroristas de farda, do Para-Sar ao Riocentro, passando pelos planos imbecis daqueles que os militares ajudaram a alçar até a presidência do país. Tanto que o vice derrotado segue no comitê de campanha, enquanto o vice em exercício segue questionando a legitimidade do resultado. O comitê de campanha perdedor virou um lugar onde se tramam conspirações e golpes contra a democracia, à luz do dia.

Que as bombas, reais ou não, continuem a explodir no colo desta casta medíocre que se acha tutora da vida civil do país.

Bananas Patéticas

A última semana foi marcada por manifestações diversas dos militares bananeiros. O destaque ficou por conta do relatório da “auditoria” das urnas eletrônicas (que não era auditoria, ou era, talvez, quem sabe) das urnas eletrônicas pelo Ministério da Defesa (das mamatas corporativas). Como o conteúdo não agradou o “chefe-mito”, foram obrigados a publicar logo a seguir uma nota em que tentam se explicar melhor, num dos episódios mais patéticos das FFAA brasileiras.

Em resumo, afirmaram que não detectaram sinais de fraude, o que não significa necessariamente que elas não existiram, pois haveria meios de fraudar, embora não se diga exatamente de que maneira. Assim como não detectamos vida inteligente no cosmos, mas não podemos afirmar que não exista. Assim como não vimos nenhum duende nem algum saci-pererê por aí, mas isso não quer dizer que eles não podem existir. Ridículo. Vergonhoso. Patético.

Uns poucos militares graduados reconheceram, com muita má-vontade, os resultados das eleições. Um pouco por cinismo, mas claramente por simples pragmatismo, pela necessidade de garantir uma posição menos desvantajosa após perder uma batalha.

Pra alimentar o anedotário já vasto da “inteligência militar” brasileira, o chefe da GSI, vulgo genocida do Haiti, tentou aplicar um golpe na equipe de transição. Ofereceu computadores, equipe de funcionários e rede wi-fi exclusiva para a equipe de transição. De um republicanismo comovente, se não viesse de quem veio. Foi apelidada pela imprensa de “operação heleno de troia”. Gargalhadas à parte, foi esse tipo de gente medíocre que esteve no poder nos últimos quatro anos chefiando a agência de “inteligência” nacional.

O general de pijamas e ainda vice-bananeiro publicou num grande jornal um artigo revelador, pelo que insinua nas entrelinhas. Cinicamente, reconhece o resultado democrático das urnas, até porque foi eleito senador por elas. Mas diz não comemorar e conclama pelas “lições e responsabilidades a assumir”. Ataca autoridades que extrapolaram as suas funções (com exceção do fato dos militares se imiscuírem no processo eleitoral, prerrogativa que a Lei não lhes dá). Claro, para este sujeito, ameaça à democracia é o TSE reprimir difusão de “mamameiras de piroca”. Os inúmeros crimes eleitorais que foram praticados pelo governo, por empresários e por agentes públicos (cujo “oscar” foi para a PRF-Polícia Rodoviária Fascista, ex-Federal), não lhe causam qualquer constrangimento. Pra finalizar, coloca o fato de acatar o resultado das eleições só vale se forem respeitadas as “legítimas manifestações” populares posteriores, ou seja, as que pregam a intervenção militar. Em português claro: Golpe!

E difícil a vida do golpista que tenta se passar por democrata. Não há retórica que dê conta da hipocrisia dos militares bananeiros. Até porque, nas redes internas dos militares, os chamamentos ao golpe são a voz corrente, replicados por oficiais das mais diversas patentes.

Este blog vem batendo na mesma tecla há tempos: o plano dos militares bananeiros era criar um caos para a milicada “intervir” em nome da ordem pública. Mas deu ruim pra eles.

A reação internacional, rápida e contundente, foi crucial. E uma provável aclamação pela comunidade internacional do presidente recém-eleito na COP27 será a pá de cal nos sonhos golpistas.

Enfim, não rolou o cenário que eles desejavam para aplicar o golpe: o caos gerado pelos caminhoneiros não atingiu o sucesso previsto. Restaram somente as bizarras “vivandeiras dos quartéis”, cujas cenas ridículas nos têm garantido risadas a rodo. O financiamento farto de um punhado de empresários que enriquecem sonegando impostos ainda garante vida a algumas manifestações tresloucadas por aí, mas estão condenadas ao fracasso.

Infelizmente, o espectro do golpismo sempre estará a nos assombrar. O insano e demente twett publicado na véspera das eleições no perfil do general de pijamas que é o inspirador do principal Think Tank dos militares brasileiros não deixa dúvidas quanto a isso.

Até que as instituições militares sejam refundadas em nosso país, continuaremos a ser a maior república das bananas do planeta.

Bananas impunes, bananas perigosas

Hora de decidir se a nossa República vai atravessar o Rubicão para, definitivamente, darmos um passo seguro no sentido deixarmos de ser uma república bananeira.

Claro que o pragmatismo e necessidade de garantir a governabilidade significará fazer concessões.

Porém nenhuma concessão deverá ser feita em troca da impunidade.

As recentes ações da PRF – Polícia Rodoviária Fascista, antiga Federal, revelou uma instituição apodrecida. Não a única, certamente. Existem tumores malignos que devem ser extirpados sem dó das nossas instituições, sob pena de provocar uma metástase na nossa frágil democracia.

Passada uma semana após a derrota do neonazismo tupiniquim nas urnas, vale refletir novamente sobre o país que ainda somos, a maior república das bananas do mundo.

Claro, degustar da vitória é ótimo. Rir muito das bizarrices de uma legião de alucinados em completo estado de dissonância cognitiva, também é bom, ainda que sejam em boa parte das vezes criaturas dignas de pena.

Mas tem o bolsonazismo. Estes são perigosos. Eles é que protagonizam as lamentáveis cenas de violência política que, inclusive, já provocaram algumas mortes pelo país.

Por esta razão, punir todos os ataques ao Estado Democrático de Direito é fundamental. Os empresários e agronegociantes que financiam os atos golpistas devem responder pelos seus crimes. Ou não sossegarão.

Precisamos atravessar este Rubicão.

Ademais, sempre há o perigo do terror militar. A certeza da impunidade deixa essa possibilidade em aberto, o que pode fomentar outros “parasares e riocentros” num futuro próximo.

Ao se reunir com os comandantes militares logo após a derrota, o presidente sondou o apoio deles a um possível golpe, com base numa suporte fraude nas urnas eletrônicas. Segundo fontes da imprensa, houve quem apoiasse. Mas não formaram a maioria, particularmente no Exército. Prevaleceu o entendimento de que um golpe fadado ao fracasso poderia ter consequências gravíssimas para a instituição.

Um certo general de pijama, que alguns já chamaram de “genocida do Haiti”, que saiu do sofá para mamar nas tetas do Estado, demonstrou de forma boçal, como de hábito, a sua insatisfação com o resultado da eleição. Outro general de pijama, o vice-presidente bananeiro, de forma pouco sutil, também como de hábito, praticamente declarou que um golpe só não é viável porque não seria aceito no cenário internacional.

Esse é o pensamento fétido predominante na caserna brasileira. Se estivessem seguros da possibilidade de dar um “golpe sustentável”, o fariam. Mas a falta de apoio daqueles a quem nossos militares lambem as botas – os EUA – os desestimulou a tentar qualquer aventura.

Mas não existiriam alguns generais moderados, ligeiramente legalistas? Claro, aquelas exceções que confirmam a regra. Um deles, numa entrevista recente, fez o papel de defensor da instituição militar. Mas de uma forma tão gaguejante que parece que nem ele mesmo acredita no que fala. Até porque foi fiador do bozo, e só mudou de tom após ser defenestrado logo no início do governo.

Seja como for, as bananas golpistas ainda infestam grande parte das FFAA. Anuncia-se para esta quarta feira, dia 9 de novembro, um pronunciamento do Ministro da Defesa (defesa das mamatas para fardados?), de notória vocação golpista, sobre os resultados da “auditoria” militar quanto a confiabilidade das urnas eletrônicas nestas eleições.

Teremos aí uma sinalização se os militares bananeiros/mamateiros continuarão a dar argumentos para manter a corda esticada.

Há um neonazifascismo em ebulição do mundo. A extrema direita está no poder na Hungria, Polônia, Itália, Israel, e segue forte nos EUA, França e em outros países. O retorno de Trump é uma possibilidade concreta. Enfim, toda conjuntura é mutável. A vitória eleitoral não eliminará da noite pro dia os grupos armados dos CACs nem desmontarão as redes de propagação de ódio e fake news.

Bem o disse Brecht: a cadela do fascismo está sempre no cio. Devemos permanecer atentos e prontos para enfrentá-los com as armas do Direito. Não passarão!

Bananas murchas, porém ainda perigosas

A derrota do Bozo, por pequena margem, era tudo o que a milicada bananeira queria. É obvio que preferiam uma vitória, mas sabiam que tudo indicava a derrota de seu candidato, o grande protetor de suas patrióticas mamatas. Daí precisarem de algo que lhes desse algum poder de barganha. Então o resultado não foi de todo ruim.

A nota do general golpista reformado e gravemente adoentado, tido como “grande intelectual” da caserna (pasmem!), foi a coisa mais patética da véspera da eleição. Como os tempos são outros, não teve o efeito da nota ameaçadora de anos atrás, que exigia do STF a prisão do Lula. Mas até aí, nada de novo sob o sol.

Resultado divulgado, era só esperar o bando de alucinados e dementes promoverem uma ampla arruaça para que eles, vestindo o uniforme hipócrita de “salvadores da Pátria”, se apresentassem para salvar a mamata fardada, opa, digo, restabelecer a ordem e salvar a “nação”. Eles guardaram como trunfo adicional uma ridícula “auditoria” da urnas eletrônicas para usar num momento adequado.

Mas alguma coisa fugiu ao “script”.

Muitos correligionários civis, mais espertos e prudentes, reconheceram de imediato a vitória do Lula. Presidentes da Câmara e do Senado, governadores e outras lideranças políticas e do judiciário reconheceram e chancelaram o resultado das urnas. As entidades internacionais que acompanharam a eleição também não titubearam: a idoneidade das urnas foi afirmada pelas comissões da ONU, da OEA e da CPLP.

Porém o grande balde de água fria na milicada bananeira foi a reação internacional. Tão rápido quanto foram confirmados os resultados das urnas, veio uma avassaladora onda de manifestações de lideranças mundiais saudando a eleição do Lula.  Muitas de forma quase entusiástica, bem além do meramente protocolar.

Com essa paulada, os milicos bananeiros deram uma murchada, que nem viagra superfaturado pode resolver.

Mesmo com estes abalos, o plano golpista prosseguiu conforme planejado, entrando na fase das insurreições “espontâneas”. Vieram os dementes alucinados fechando estradas, com a conivência de uma instituição completamente corrompida, a Polícia Rodoviária Federal. Os mesmos que, no dia da eleição, tentaram asfixiar no porta-malas das suas viaturas os votos dos nordestinos.

Até agora, o número mortos por fanáticos armados em discussões em vários pontos do país já se iguala ao número de vítimas da invasão do Capitólio dos EUA. O momento é tenso: os fanáticos parecem querer um cadáver para radicalizar as suas ações.

O movimento dos supostos caminhoneiros, que já se sabe ter sido previamente planejado no Palácio do Planalto  para o caso de derrota nas urnas, vai causando transtornos em todos país e obrigando as autoridades a tomar decisões. Porém tendem a fenecer tal como as vítimas da COVID em Manaus: por falta de oxigenação. O grotesco golpe verde-oliva planejado vai sendo asfixiado da mesma maneira.

O sucesso dessa empreitada irresponsável depende agora da insubordinação das polícias em nível nacional, uma gravíssima quebra de hierarquia, algo um tanto improvável. E que poderia provocar um conflito com milhares de mortos. Um custo político muito alto para os militares bananeiros.

Enquanto isso, segue o plano B dos militares mamateiros. O vice bananeiro, disse acatar os resultados das urnas (acredite se quiser), deu umas estocadas covardes no adversário, e se dispôs a ajudar na transição do governo, diante do ensurdecedor silêncio inicial e das posteriores mensagens curtas e dúbias do chefe.

Como todo militar sabe de cor e salteado, se uma batalha está perdida, o melhor a ser feito é negociar condições vantajosas de rendição. Lá se vão os 6 mil cargos no executivo e nas estatais, mamatas da boa, mas ficam a aposentadoria diferenciada, as vantagens remuneratórias obtidas e, principalmente, a impunidade, sem o qual a caserna não sobrevive no Brasil.

O fantasma de golpe da milicada bananeira ainda nos assombrará pelos próximos anos. Eles permanecerão à espera de uma nova oportunidade para se grudar nas tetas da viúva tal qual uma sedenta sanguessuga. Não duvidem que, nos esgotos das casernas, sobrevivem aqueles dispostos a reeditar um novo Para-Sar ou Riocentro, agora com cuidados para que a bomba não exploda no colo deles. Não faltam canalhas na alta hierarquia das FFAA para dar aval a esta bestialidade.

O intelectual Boaventura dos Santos, em recente artigo, deu o alerta. Daqui pra diante, a ameaça de um novo golpe será permanente.

PS: No dia de finados, ocorreram manifestações em frente aos quartéis em quase todo o país. Não difícil de inferir que, com forte presença, estavam os manifestantes da família militar: militares da ativa e da reserva e suas, esposas, pais, pensionistas, filhos, irmãos e agregados diversos. Afinal , família militar que mama unida permanece unida.

Bananas de prontidão (para a ação golpista)

Este blog, que a vista de seus leitores é tido como instigador de teorias conspiratórias tolas, bem que tenta ser otimista. Mas os generais bananeiros não deixam.

Nos últimos dias, o atual vice-presidente, general bananeiro recém-eleito para o Senado, fez declarações ameaçando o STF e o TSE. Outro general de pijama, na mesma linha, acusou o STF de conspirar a favor de um candidato e pregou abertamente um golpe de Estado. Tudo porque o candidato deles, o mestre das fake news, no melhor estilo Joseph Goebbels, estaria sendo prejudicado.

Estas excrescências militares só ainda existem entre nós porque não ocorreu aqui o que aconteceu na Argentina, bem expresso no filme “argentina 1985”, recém lançado numa plataforma digital. A impunidade fez florescer na caserna estas ervas daninhas.

Na sequência destes pronunciamentos, o candidato dos bananeiros, em entrevista, disse que só aceitará uma derrota na eleição se a Comissão de Transparência Eleitoral (que para ele se resume aos fardados a seu serviço) der o “talquei”.

Após o silêncio ensurdecedor da equipe de militares que fiscalizou as urnas eletrônicas, vazou pela imprensa o plano real deles. A tal “auditoria”, que já dizem que não é “auditoria”, mas pode ser que seja uma “auditoria”, ou isso, ou aquilo ou muito pelo contrário disso tudo…..

Graças a imprensa independente, seguida depois por um jornalão, soubemos que há um plano de várias etapas que vai até janeiro do ano que vem para dar um veredito sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Ou seja, planejaram desde o início ter em mãos um jeito de manter a corda esticada, a espera de uma insurreição dos fanáticos bolsonaristas, uma versão nacional da “invasão do Capitólio”, para então intervir militarmente e assegurar a mamata corporativa (que eles, hipocritamente, chamam de defesa da ordem e da pátria…) por mais quatro anos. Ou melhor, até 2030, conforme o bizarro “projeto de nação” divulgado pelo “Think Tank” dessas criaturas medíocres.

Aliás, um “think tank” que está mais para fossa séptica destapada do que outra coisa.

No domingo veio o primeiro movimento, o primeiro teste de ânimos para uma intentona miliciana. Um ex-deputado de ficha corrida deu show, tiros e granadas. Só que um ator canastrão sempre é capaz de estragar o trabalho do roteirista. A primeira impressão é que foi mais uma bomba que explodiu no colo. Mas a canalha fascista não vai sossegar. Os próximos dias prometem.

Dito isso, como em janeiro de 2023 já estaremos em pleno pré-carnaval, este blog vai lançar em breve a sua primeira produção musical em forma de videoclip: a marchinha carnavalesca, “Banana Mamata”. A composição já está devidamente registrada num órgão oficial de copyright . Divulgaremos também as partituras em C, Eb e Bb, para que os blocos e fanfarras possam executá-las com mais facilidade.

A composição será licenciada em creative commons, podendo ser livremente adaptada para outros gêneros musicais (funk, frevo, axé, piseiro, forró e até sertanejo)

Em primeira mão, aí vai a letra:

 

Banana Mamata (Marcha da caserna)

Coisa boa no Brasil é ser milico

não tem guerra pra se preocupar

é só prestar continência para o “mito”

que não falta teta pra mamar…

 

lá no planalto,

nunca tem erro

quem veste farda ganha cargo no governo               bis

 

tem mamata …no ministério

tem mamata …na estatal

tem mamata pra brigadeiro

pra almirante e general…

 [e remedinho pro bilau!]

 

Pra não perder essa mamata

milico diz que a urna tem mutreta

deixa a milícia pra fazer a arruaça ….E faz intervenção

Só pra não perder essa teta

nem ficar com a brocha na mão

[“pra pintar meio-fio não!”]

BANANA’S PRESS

Nas repúblicas das bananas a imprensa hegemônica sempre se presta a ser a porta-voz do pensamento das elites econômicas bananeiras.

Antes do primeiro turno, deixaram claro que o Bozo, que apoiaram de forma meio envergonhada na eleição passada, não conta mais com sua tolerância total. Bozo fez um bom trabalho sujo, mas pode oferecer riscos no futuro próximo, dada a ampla rejeição que sofre no cenário mundial. Por isso investiram até onde podiam na promoção de uma “terceira-via”. Um estratagema que não vingou, foi quase nati-morto, mas que serviu a um propósito. Se não era possível a vitória de uma alternativa das elites, que ao menos ela impedisse uma vitória consagradora de Lula no primeiro turno e o deixasse refém para a governabilidade da Presidência do país.

A tática parece ser a mesma para um segundo turno. Um editorial quase pornográfico do maior diário paulista deu o tom. Logo a seguir, dois populares diários cariocas fizeram uma dobradinha em suas capas bem ao estilo da revista semanal conhecida no meio jornalístico como “Quanto é?”.

A cereja do bolo foi a omissão pelo maior telejornal do país de um fato que jamais poderia ter sido ignorado: o ataque escandaloso das hordas fascistas ao santuário de Nossa Senhora Aparecida. Recentemente relutaram a noticiar o escândalo dos imóveis comprados com dinheiro vivo. Talvez voltem atrás, mas essa omissão diz muito e tem precedentes. Há quatro anos atrás ocorreu algo parecido, como permitir que o Bozo vomitasse a distribuição de um inexistente “kit erótico” nas escolas em uma entrevista ao vivo, sem que nenhum de seus entrevistadores o contestasse.

Parece claro que a elite, se admite uma vitória do Lula, quer que ela seja a mais sofrida possível, com o intuito de que o seu futuro governo seja limitado pelos interesses dos oligarcas brasileiros. Mas tem algo pior aí: sinaliza que a elite admite que suportaria a reeleição do Bozo. E isso é muito, muito grave para o país.

Não dá pra acreditar que a cobertura light das aberrações do Bozo pela grande imprensa seja explicada somente porque não querem desagradar alguns de seus grandes anunciantes fascistas.

Sabemos que os últimos dias da campanha serão marcados por uma tsunami de fake-news e factoides do mais baixo nível possível. Portanto, o risco de surpresas nos resultados, como aconteceu no primeiro turno, serão grandes.

Nem vou falar do folclórico personagem “as instituições estão funcionando”, que ameaça tomar o lugar da “mula sem cabeça” no bestiário nacional. Os crimes de responsabilidade ignorados nos últimos anos foram tantos que, agora, a farturade crimes eleitorais é naturalizada com similar complacência. Alexandre Moraes, surpreendentemente, é o único a ter uma postura republicana corajosa.

Embora exista uma clara consolidação dos votos, difícil de ser revertida, é bom não menosprezar os riscos.

E aí, este blog, uma voz quase solitária, supostamente paranoica e que aparentemente abraça teorias conspiratórias ocas, se sente da obrigação de manter aceso o sinal de alerta. O risco de golpe – na forma descrita em postagens anteriores, permanece. Prossigo com os argumentos.

A milicada até agora não se pronunciou sobre os resultados da sua “apuração paralela”. Obviamente, não encontraram nada que desabonasse os resultados das urnas eletrônicas.  A imprensa diz que foram proibidas pelo Bozo de se pronunciar a respeito.  Mas ainda o poderão faze-lo e, se o fizerem, será para por em dúvida os resultados. O argumento perdeu força, mas ainda pode ser usado para atiçar uma horda de fanáticos que poderá ir para as ruas protestar.

Por outro lado, o Bozo instrumentaliza o CADE para avançar na criminalização dos institutos de pesquisa.

O Bozo já sinalizou que, se perder, vai mandar para as ruas os seus cães raivosos. O que aconteceu em Aparecida do Norte nos faz pensar o que alguns milhares de boçais armados poderão fazer, algo de relegar a “invasão do Capitólio” um lugar de mera travessura infantil.

Sabemos que a canalha fardada, em êxtase com os bons resultados eleitorais obtidos, não quer largar o osso.  O discurso patriótico fervoroso é mera fantasia, auto-ilusão da caserna, pois o que eles querem mesmo é manter os seus privilégios e mamatas conquistadas no governo do Bozo. O resto é balela, inclusive uma pretensa superioridade moral que os “obrigaria” a manter uma tutela sobre o poder civil.

Os militares bananeiros sabem fazer muito bem o uso da velha guerra psicológica , as ações sujas no “psicossocial”, conforme orienta os seus manuais empoeirados. Sonham que ainda podem ganhar nas urnas mas, se der errado…

O sonho dos fardados seria reproduzir o “método Jakarta”, aplicado na Indonésia, onde colocaram as milícias para fazer o trabalho sujo. Mas também não querem ter o mesmo fim que os seus pares bolivianos recentemente: se omitiram diante do caos provocado pelos golpistas, mas que depois  deu ruim pra eles passado pouco mais de um ano. Quem sempre se alimentou da impunidade – as FFAA brasileiras – se apavora com a possibilidade de ser punido.

Por isso que esses pseudo-patriotas fardados ajudaram a criar o cenário que favorece o caos, e continuarão com esta tática. Querem aparecer como os salvadores da pátria que irão colocar ordem na bagunça preparada e fomentada por eles próprios.

Infelizmente, a oposição democrática não foi capaz de elaborar um plano de contingência pra isso. Não temos um Leonel Brizola para organizar uma nova rede da legalidade.

Não se enganem:  De um” incêndio do Reischtag” a uma “invasão do Capitólio”, vem merda por aí.

Que o acaso nos salve. Que mais uma vez a bomba que a canalha fardada está armando exploda no colo deles.

 

BANANA’S PARTY

Os fardados da maior República das Bananas do mundo estão em festa. Há um verdadeiro clima de euforia entre eles. Me desculpem pelo trocadilho infame, mas eles estavam com uma tremenda bananosa nas mãos. Se o Lula tivesse saído vitorioso no primeiro turno, teriam que tomar uma decisão desgastante e de consequências perigosas: insistir em colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas – e contribuir para criar um caos favorável ao golpismo – ou colocar a bazuca o armário (ou o “galho dentro”, como prefiram).

O cenário não poderia ter sido melhor para eles: além do surpreendente resultado do Bolsonaro nas urnas, elegeram vários de seus representantes pelo país. Inclusive o Vice-Presidente, o general bananeiro de muitas estrelas para o Senado Federal, que também contará com o “astronauta” dos travesseiros NASA como seu colega naquela casa legislativa. Analistas apontam que, além dessa “jóia do coturno”, também foram eleitos muitos fardados para a Câmara dos Deputados: 17 das FFAA, mais 34 das Polícias Militares e 13 delegados de polícia (de âmbito federal ou estadual). E outros tantos nas assembleias legislativas estaduais.

Ou seja, contam com um grande poder de barganha para garantir os seus privilégios. Ou para darem sustentação a um golpe, se acharem necessário. É a força do Partido Militar, como alguns articulistas se referem. O general bananeiro em breve senador, animadíssimo, já deu entrevista afirmando que querem subjugar o STF. Um Partido em festa, pois já comemoram a garantia da mamata, ao menos em parte, e o poder de tutela sobre a vida civil, essa excrescência só possível em repúblicas bananeiras.

Enfim, até o segundo turno é um período curto, mas em que muita coisa pode acontecer. Neste momento, os milicos bananeiros estão desfrutando a vitória, mas logo estarão de prontidão a observar os desdobramentos e os próximos movimentos da oposição democrática.

Como bem observou um portal da imprensa alternativa, os militares que tanto questionavam as urnas eletrônicas até a semana passada estão agora em um silêncio ensurdecedor sobre o assunto.  Hipócritas, como os resultados lhes foram favoráveis, emudeceram.

Mas ainda temos um segundo turno pela frente. No país da “mamadeira de piroca”, os resultados são sempre imprevisíveis.  O discurso das urnas fraudulentas enfraqueceu, mas o perigo de um golpe nem tanto.

Os democratas devem permanecer em alerta.

Teoria da Conspiração?

É como diz o velho ditado: yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.

Um dos principais portais de imprensa do país reproduz neste momento matéria da BBC que relembra como foi a tomada do poder por Mussolini, na famosa Marcha sobre Roma. Um bando de lunáticos armados tomaram o poder quase sem enfrentar resistências. Tinham simpatizantes entre muitos dos militares , empresários e parlamentares, além de algum apoio social.  Por esta razão os monarquistas e liberais preferiram não resistir, enquanto que os socialistas foram pegos de surpresa, sem estruturas suficientemente organizadas para fazer frente ao golpe.

Publicar uma matéria desta no atual momento pode parecer até uma incitação ao crime.

Mas não sejamos paranóicos. Seria profundamente desagradável o horizonte de termos de pendurar pessoas de cabeça pra baixo queimadas com gasolina num futuro próximo. O Brasil não merece isso.

Dilemas Bananeiros

Ao final do dia 2 de outubro de 2022 os militares bananeiros enfrentarão um grande dilema.

O que alguns analistas políticos passaram a chamar de “Partido Militar” – que este blog prefere chamar de “Banana Mamata” – estará diante de uma escolha difícil. A posição tomada pelos militares repercutirá de forma crucial sobre o futuro de seus privilégios e posições de poder.

Os militares foram uma força política decisiva na construção do desastre Bolsonaro, este ser abjeto que foi o grande “cavalo de tróia” que a caserna utilizou para voltar ao poder. Com uma construção teórica pra lá de medíocre, traduzida recentemente num tal “Plano Brasil”, tentaram ocultar o que nada mais é do que o projeto corporativo de uma casta. Uma soma de exortações nacionalistas e patrióticas para o próprio autoconvencimento. Tentam convencer a eles mesmos de que almejam algo diferente da pura e simples mamata.

Há uma grande possibilidade de que Lula vença no primeiro turno. Obviamente, Bolsonaro alegará fraude e incitará os seus seguidores alucinados a tomar as ruas e provocar o caos. Como os militares se comportarão diante disso é o grande dilema. Até aqui eles tem trabalhado em total sintonia com o presidente para semear dúvidas em relação às urnas eletrônicas. A tal ponto que o TSE concordou em permitir uma bizarra “apuração paralela” em zonas eleitorais selecionadas.

Finda a apuração eles terão que se pronunciar: se os resultados foram legítimos ou não. Eles serão os grandes responsáveis pelos desdobramentos que se seguirão.

Podemos considerar duas hipóteses básicas:

1) Os militares dão aval à legitimidade e veracidade da votação eletrônica;

2) Os militares apontam falhas e colocam em dúvida o resultado.

Na primeira hipótese, além de esvaziar a reação das milícias bolsonaristas, os militares terão optado pela negociação, ao invés da via golpista. Ganhariam poder de barganha ao atuar para conter eventuais distúrbios causados pelas hordas de fanáticos. A maioria dos analistas parece apostar nesta via. Citam a posição firme da diplomacia norte-americana que promete reconhecer o eleito no primeiro momento. Como os militares são sabujos históricos do Tio Sam, não apostariam numa aventura arriscada. O ponto frágil aqui é um só: podemos confiar no Tio Sam ou estaremos caindo nas artimanhas do tão falado deep state?

A segunda hipótese é a aposta descarada no golpe. Como a tese já enunciada aqui neste blog, será um “golpe terceirizado”. Ao questionar o resultado, os militares abrirão as porteiras para a violência das milícias, clubes de atiradores e fanáticos armados de toda a espécie. Teremos dias de caos, de muita violência nas ruas, atentados contra lideranças populares e autoridades legalistas. Difícil dizer de antemão quanto sangue será derramado.

Diante do caos, as milícias fardadas colocarão suas tropas nas ruas para garantir a ordem pública e a segurança da população, na falaciosa “intervenção militar constitucional”. Cinicamente, se apresentarão como os “pacificadores”, não como golpistas. Mas terão o poder de alterar o calendário eleitoral e as regras do jogo em favor dos interesses de suas castas. É uma opção arriscada, de desdobramentos imprevisíveis.

Como dissemos, são duas hipóteses básicas que, combinadas, poderão gerar novos cenários.

No caso de não ocorrer a vitória em primeiro turno, o dilema bananeiro ganhará tempo para novas articulações e movimentações. Porém uma coisa é certo: o Brasil viverá dias tensos e difíceis a partir da próxima semana.

Conforme o ativismo de cada um, preparem seus corações, seus kits de primeiros socorros, decorem telefones de advogados de direitos humanos e, para os mais pessimistas, separem os passaportes.

Bananas no setembro verde-oliva

A arte da dissimulação é algo que, goste-se ou não, os militares sabem fazer muito bem.

E não é de hoje.

Recentemente foi lançado em português o livro ” O método Jakarta”, do premiado jornalista Vincent Benkins. O título remete ao sangrento golpe militar de 1965 na Indonésia. Um golpe sanguinário em que os militares fizeram uso de milícias civis fanatizadas para fazer o trabalho sujo, um verdadeiro genocídio. Milhares de opositores foram eliminados. Uma história que permaneceu abafada por muitos anos e que só veio à tona após os chocantes documentários do cineasta Joshua Oppenheimer: “O Ato de Matar” e “O Peso do Silêncio”, ambos disponíveis com legendas em português no Youtube.

Os CACs, clubes de atiradores que proliferam nos últimos quatro anos, são hoje verdadeiras milícias prontas para cometer barbaridades. Tem em seu poder mais de um milhão de armas. É importante ter essas informações em mente quando se fala na possibilidade de um golpe no Brasil.

É verdade que essa turma dos CACs não tem articulação nem inteligência para promover um golpe. Porém o Exército, de forma canalha, tem atuado de forma intensa para desacreditar as urnas eletrônicas e assim atiçar as milícias golpistas. Elas serão capazes de criar um caos e dar o pretexto para uma intervenção militar que “restitua a lei e a ordem”. Não duvidem que esta oportunidade seja usada para alterar o calendário eleitoral e mudar as regras do jogo. Os militares não ficariam com pecha de golpistas no cenário internacional. São cínicos o suficiente para isso.

Não pensem que uma intervenção militar desta natureza seria para preservar o Bozo. Ele já cumpriu o seu papel e a elite econômica – aquela que detem de fato o poder – poderão descartá-lo facilmente. Os pequenos e médios empresários, a parte fascista do agronegócio e outros alucinados do whatszap não estarão a frente deste processo. Porém esta turminha se prestará ao mesmo papel que o Bozo se prestou: o de cavalo de Tróia para a casta militar avançar sobre o poder civil. O Bozo deverá se contentar com a tradicional impunidade que a caserna reserva para os seus, por gratidão aos serviços prestados.

Um golpe terceirizado, é isso o que se planeja. A conivência da caserna com a liberação desenfreada de armas pesadas e a insistência em colocar em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas fazem parte deste roteiro.

O que mais deve nos preocupar é a dimensão do caos que os militares estão fomentando, o quanto de sangue inocente que poderá ser derramado. Mas para as FFAA, artífices dos fracassados planos do Para-Sar e do atentado do Riocentro, isto pouco importa. Se consideram “patriotas”, mesmo quando provocam o derramamento do sangue de seu próprio povo.

Mais um vez o dia 7 de setembro será um momento de tensão. Mesmo depois de fazerem  circular a informação da “inteligência militar” sobre o risco de atentados, as FFAA concordaram em promover uma celebração com oito horas de duração em Copacabana.

A inteligência militar monitora os “soldados do Bozo” e sabe perfeitamente quem planeja, o que se planeja e para quando se planeja. Mas vão usar essa informação a seu favor, para, ao invocar um suposto “fervor patriótico”, garantir os seus privilégios. Na maior República das Bananas do mundo, desde 1889, sempre foi assim.

A bomba está armada. Só nos resta torcer para que, mais uma vez, ela exploda no colo deles.

Sobre a inteligência militar (Fonte: jornal GGN)

A Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça e o Comando de Defesa Cibernética do Exército (ComDCiber) investiram pesado nos últimos anos na compra de  sistemas de vigilância cibernética.

Foram adquiridos o programa espião israelense DarkMatter e as ferramentas Harpia Tech e Córtex para pesquisa em bancos de dados abertos. Da israelense Cognyte foi adquirido  o Webint, tecnologia que permite pesquisar e  recolher dados de qualquer pessoa, seja na surface web ou na deep web.

Estas ferramentas tecnológicas, que usam de IA,  são capazes de extrair dados de qualquer cidadão, sem nenhum tipo de fiscalização. Além de acessar com facilidade bancos de dados abertos, usam perfis falsos e  bots para acessar  redes sociais e grupos privados de trocas de mensagens.

Foi daí que brotou em 2020 uma lista de 574 funcionários federais “antifascistas”, o que chamou a atenção da sociedade civil para o fato.

Além da aquisição destas ferramentas e mais outras centenas de softwares , foram celebrados contratos sigilosos com empresas de cybersegurança israelenses CySource e Cellebrite UFED, com acesso ao temido software Pegasus, capaz de invadir qualquer celular sem ser detectado.

O Exército também contratou a empresa brasileira Kryptus que, além de fornecer equipamentos para criptografia, fabrica componentes de segurança das urnas eletrônicas.

Todas estas ferramentas permitem hoje que a inteligência militar possa monitorar milhões de cidadãos, acessar seus dados pessoais e monitorar suas redes privadas. Podem extrair textos, áudios e imagens, monitorar sites visitados e pesquisas do google, rastrear os deslocamentos em tempo real de um cidadão seguindo o geolocalizador das redes de telefonia móvel  e sabe-se lá o que mais. 

Não é ficção científica. É fato.

Tanto poder adquirido através de contratos sigilosos chamaram a atenção do Tribunal de Contas da União e do  Ministério Público Federal. Entre as irregularidades identificadas, o TCU citou  “a contratação de um sistema capaz de monitorar e perfilar cidadãos sem qualquer justificativa prévia, a ausência de mecanismos de controle e fiscalização e a própria modalidade de licitação adotada, absolutamente inadequada para o tipo de serviço pretendido”

O MPF alertou para o perigo do uso indevido destes sistemas, por serem inauditáveis  e sem qualquer controle externo. Nas palavras no MPF, ” um grave risco de violação à intimidade e privacidade, à liberdade de expressão e manifestação, ao devido processo legal e a diversas outras garantias fundamentais da pessoa humana, como a integridade física e psíquica e, até mesmo, a vida.”

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Bananas Terroristas Terceirizadas

Circulam na imprensa, com certa regularidade, declarações supostamente advindas de “fontes militares” de que as FFAA não apoiarão um golpe convocado pelo Bozo. Mas é difícil dar credibilidade a estas informações.

É difícil crer na honestidade da recente manifestação do General Villas Boas, arquiteto da ação militar no impeachment da Dilma, na prisão de Lula e na articulação para fazer o Bozo presidente. Historicamente, no dialeto da caserna, “golpe militar” na prática é traduzido como “compromisso com a democracia” e “respeito à legalidade”. Desde a queda do Império é assim.

A insistência dos militares em interferir no processo eleitoral – em particular no que diz respeito às urnas eletrônicas –  já ultrapassou todos os limites do bom senso. São inúmeros questionamentos sem fundamentos e propostas de “aperfeiçoamento” desprovidas de razoabilidade.

Por que tanta insistência em tutelar o processo eleitoral? Existem algumas hipóteses que têm sido consideradas. A primeira delas é o desejo dos militares de avançar cada vez mais no terreno do poder civil. Com esta intromissão, também querem passar um recado: não estão dispostos a retroceder no espaço conquistado durante o governo de seu cavalo de tróia (o Bozo). Na verdade, é um projeto do que já chamam de “Partido Fardado”, que tem a ambição de impor a visão de mundo da caserna até 2030, conforme o patético plano de ação amplamente divulgado.

Sim, os fardados das repúblicas bananeiras se acham o “ó do borogodó”. Nem se dão conta da vergonha que passamos no plano internacional por conta dos delírios deles.

A segunda hipótese é a mais preocupante: ao disseminar uma falta de confiança nas urnas eletrônicas, sinalizam que não pretendem aceitar os resultados das urnas, caso não sejam favoráveis aos seus projetos. E este é o maior perigo.

Conforme a opinião dominante dos cientistas políticos, as quarteladas não são mais viáveis no mundo de hoje. Mas isso não significa que a milicada bananeira não tenha táticas e estratégias para viabilizar os seus projetos. Com sólida formação teórica na arte da guerra, sabem formular bem planos ofensivos e defensivos e fazer a leitura de cenários de combate.

Vamos então a uma das teorias conspiratórias que circulam por aí.

Muito já se falou da postura displicente dos militares com a liberação de armas com alto poder de fogo para a população civil, inclusive com desregulamentações que dificultam o rastreamento do uso de armas e munições. Nenhuma força armada do mundo estimula este tipo de política. Significa enfraquecer uma de suas principais prerrogativas, que é o uso da violência legítima do Estado.

Porém, o que é uma aparente negligência, pode ser apenas parte de um projeto.

O golpismo é parte do DNA das FFAA brasileiras desde a Proclamação da República. Sempre recorrem a ele quando se sentem ameaçados pela perda do poder ou de seus privilégios, travestidos de um cínico furor patriótico. E tivemos no Brasil dois momentos em que, por obra do acaso, os militares não perpretaram atentados terroristas contra a população brasileira. Falamos do caso PARA-SAR e do atentado frustrado ao RIOCENTRO, já comentados neste blog.

Mas o que eles podem fazer agora, já que não existe mais espaço para quarteladas? A resposta é a terceirização do terror. Deixar que os Clubes de Tiro e Caça, milicianos e alucinados em geral façam o trabalho sujo.  A tão falada “invasão do Capitólio” tupiniquim poderá dar o pretexto que os militares bananeiros tanto querem, de retomar o poder em nome da ordem pública.

Por isso permitiram que os monstros fossem fartamente alimentados com munição e armamento pesado, muito além do necessário para uma suposta “defesa pessoal”.

Os militares investiram de forma pesada em equipamentos de última geração para a guerra cibernética. Tais tecnologias estão sendo usadas não contra os inimigos externos – que nosso país não tem – mas contra o “inimigo interno” desta casta bananeira.

Eles já sabem muito bem do que se passa no submundo miliciano. Monitoram bem de perto. E vão usar isso não para proteger a cidadania, mas para apresentarem-se como os salvadores da pátria, como uma reserva moral da sociedade num momentos de crise. Cambada de hipócritas.

Nas próximas semanas poderemos ter um “incêndio do Reichstag” 4.0. A conferir. O fascismo bananeiro é capaz de tudo. Só nos resta torcer para que, mais uma vez, a bomba exploda no colo deles.