Bananas embananadas

Não se enganem: um golpe era o plano B dos militares para o caso de derrota de seu “mito”. A “auditoria” das urnas eletrônicas seria o estopim. Porém a reação dos lunáticos – e só deles – para provocar um caos que justificasse uma intervenção militar foi um grande fiasco. Fora do restrito círculo de demência coletiva, todos aceitaram o resultado das eleições. Até o centrão pulou fora. Os vendilhões dos templos evangélicos idem. Só ficaram os “lelés da cuca”, o “ogronegócio” e os nazifascistas empedernidos. Mas teve o pior para o plano do golpe castrense: Tio Sam disse de imediato que o resultado das urnas deveria ser respeitado. Sorte nossa o Trump não ter sido reeleito.

Mas ainda há perigos no horizonte. O silêncio do “Hitler dos trópicos” não é somente depressão e pirraça de derrotado. Ele não aceita os resultados para assim manter os alucinados em estado de excitação permanente. Temeroso quanto ao seu próprio futuro e de seu clã, precisa manter a corda esticada até que encontre uma saída minimamente honrosa, se esta existir.  Enquanto ele não entubar a derrota, há o risco de atos insanos.

Não devemos descartar a hipótese da equipe do Banon  ainda estar dando assessoria e considerando ações tresloucadas. Escrúpulos é algo que essa turma nunca teve.

Os comandantes militares estão numa sinuca de bico; são coagidos a dificultar a transição na pasta da Defesa pelo ainda chefe do Executivo. E o plano golpista foi pro vinagre. Isto porque agora não derrubariam somente um presidente eleito, mas um líder mundial em ascensão e incensado por todos os continentes do planeta. Lutar contra este fato seria um risco muito alto e de consequências perigosas para os interesses da corporação (e principalmente para o país, mas eles se lixam pra isso). Imaginem os que sobrevivem na impunidade desde o século XIX tendo que responder pelos seus atos golpistas perante a comunidade internacional. Desde a prisão de Pinochet algo mudou. A vida de golpista bananeiro não é fácil no século XXI.

O fato é que, o que eles querem mesmo é negociar uma “rendição” em condições favoráveis, mesmo sendo chamados de “melancias” pelo bizarro bando de vivandeiras dos quartéis. Indignados por verem seus pares sendo chamados de “verde por fora/vermelho por dentro” responderam com uma grotesca nota do Comando do Exército. Ao invés de destacar o respeito à legalidade democrática, deram ênfase na coesão e disciplina da corporação. Pra bom entendedor: se for pra dar um golpe, eles estarão todos juntos….

E é aí que mora o perigo das FFAA bananeiras. Desta postura infame é que brotam os terroristas de farda, do Para-Sar ao Riocentro, passando pelos planos imbecis daqueles que os militares ajudaram a alçar até a presidência do país. Tanto que o vice derrotado segue no comitê de campanha, enquanto o vice em exercício segue questionando a legitimidade do resultado. O comitê de campanha perdedor virou um lugar onde se tramam conspirações e golpes contra a democracia, à luz do dia.

Que as bombas, reais ou não, continuem a explodir no colo desta casta medíocre que se acha tutora da vida civil do país.