Bananas inconformadas

Na linguagem da caserna existem expressões que são verdadeiros lugares comuns, usadas sempre que os militares desejam dissimular o seu caráter golpista. Uma delas é bem famosa:”quando a política entra pela porta de frente dos quartéis, a disciplina sai pelos fundos“.

Essa frase é sempre dita quando os militares são acusados de se intrometer na vida civil, no jogo político da nossa frágil democracia. Historicamente ela tem sido atribuída ao General Góes Monteiro, golpista de primeira linha e notório por fazer articulações políticas 24 horas por dia.

A frase é tão verdadeira quanto cínica. Política é o lugar do debate e da disputa democráticas de ideias.  De fato, dentro do quartel ela não presta pra nada. Numa tropa não há lugar para dissenso nem negociação de pontos de vista divergentes. A eficácia das FFAA se baseia no estrito respeito a hierarquia e disciplina, no qual um manda outro obedece.Para o bem e para o mal.

A hipocrisia é que ela é usada quando os militares bananeiros querem se esquivar da acusação de que sempre buscam tutelar e interferir na vida civil, pelo simples fato de deterem o poder das armas. Como se restringessem a sua atuação aos quartéis. Falsidade pura.

Golpistas e conspiradores não traçam os seus planos dentro do quartel, mas sim nos subterrâneos do clubes  militares e, na atualidade , nas salas dos Think Tanks bananeiros (Institutos Sagres, Federalista, Villas-Boas).

Um general de pijamas, que posa de sensato, faz o papel de “good cop” e diz que não há porque temer os militares. Mas o fato é que, nesse momento, os generais bananeiros estão alvoroçados, doidinhos pra dar um golpe, O vice presidente e outros generais de pijama não conseguem se controlar e tornam públicas suas ideias.  Mas são muitos os problemas que os impedem de levar adiante os seus intuitos: um quase total isolamento internacional, um apoio interno restrito à própria oficialidade, mais um bando de alucinadas vivandeiras de quartéis, acrescidos de alguns tresloucados do “ogronegócio” fechando rodovias. É pouco. Podem acabar como os generais bolivianos recentemente ou, pior pra eles, como os generais argentinos em 1985.

Há um único perigo grave no ar: os terroristas militares. O caldo de onde brotou o Para-Sar e o Riocentro continua intacto. E impune. Já dissemos antes: é aí que mora o perigo. Não que possam ser bem sucedidos; mas pela carnificina que poderão promover.

Como já foi publicado anteriormente neste blog: https://bananasnews.noblogs.org/post/2022/08/03/bananas-terroristas-um-alerta/