Bananas teimosas e inconformadas

Uma vez república das bananas, sempre república das bananas. Não é fácil mudar essa realidade. Os generais, de pijama ou não, resistem o quanto podem, sem se dar conta que estão virando personagens de uma ópera bufa, caindo no ridículo. Um deles, ao evocar a intentona de 1935, além do evidente anacronismo, demonstrou sérios problemas cognitivos, muito além das conhecidas limitações intelectuais.
Agora partem para um tipo de chantagem, que mais parece pirraça, que vai desde a decisão dos atuais comandantes militares de deixarem o cargo antes da posse do novo presidente até a indisfarçável exigência de que o novo Ministro da Defesa tenha uma prévia aprovação da caserna.
Derrotados em seu projeto, sem apoio interno e externo para dar o golpe que tanto querem dar, resta aos militares bananeiros cantar de galo e tentar barganhar posições vantajosas que assegurem o status quo conquistado nos quatros anos de governo de seu filhote asqueroso.
Os militares bananeiros já perceberam que, dada a amplitude da frente que os derrotou, é possível recuar preservando boa parte da sua autonomia e das benesses conquistadas. Resumindo: a ordem unida é “Banana Mamata!“. Já até assinaram um manifesto com mais de 200 assinaturas de oficiais reformados.
Porém o único perigo que realmente nos ronda é o histórico terrorismo militar, que este artigo aqui resume.
O ameaçador sargento celerado lotado no GSI (pasmem!) que ganhou as páginas dos jornais esta semana, é apenas um exemplo do que acontece nos esgotos das forças armadas.
Derrotar o chamado Partido Militar, esta excrescência que nos faz ser a maior República das Bananas do planeta, não será tarefa das forças políticas que se aliaram para ganhar as eleições. Nesse momento, elas constroem um cenário que lhes permita a governabilidade.  Estão mais sujeitas a concessões do que a enfrentamentos. Até porque nossas instituições tem se mostrado muito tímidas na defesa do Estado de Direito, quando não covardes e coniventes, salvo pelo voluntarismo de algumas autoridades que não tem medo de exercer o seu ofício.
A derrubada de uma república bananeira só poderá  ser obra da sua sociedade civil. A classe política não será a protagonista desta mudança.
A pergunta de um milhão de dólares é: – Como fazer isso, então?
Bem, só podemos elocubrar algumas respostas. Parafraseando livremente (e bem livremente) a filósofa Hannah Arendt, que muito escreveu sobre o terror nazista: “O maior inimigo do fascismo é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o deboche.”
O apelido de “Paquita da Ditadura” com o qual um general de pijama foi agraciado, é só um começo. É preciso mostrar que o rei está nu. Claro que eles vão reagir, acusar uns e outros de achincalhar a honra militar, de enxovalhar uma instituição permanente. Mas é algo que precisa ser feito.
Até que eles percebam que o motivo do achincalhe e da desonra da instituição a qual pertencem é culpa deles mesmos.