Bananas Patéticas

A última semana foi marcada por manifestações diversas dos militares bananeiros. O destaque ficou por conta do relatório da “auditoria” das urnas eletrônicas (que não era auditoria, ou era, talvez, quem sabe) das urnas eletrônicas pelo Ministério da Defesa (das mamatas corporativas). Como o conteúdo não agradou o “chefe-mito”, foram obrigados a publicar logo a seguir uma nota em que tentam se explicar melhor, num dos episódios mais patéticos das FFAA brasileiras.

Em resumo, afirmaram que não detectaram sinais de fraude, o que não significa necessariamente que elas não existiram, pois haveria meios de fraudar, embora não se diga exatamente de que maneira. Assim como não detectamos vida inteligente no cosmos, mas não podemos afirmar que não exista. Assim como não vimos nenhum duende nem algum saci-pererê por aí, mas isso não quer dizer que eles não podem existir. Ridículo. Vergonhoso. Patético.

Uns poucos militares graduados reconheceram, com muita má-vontade, os resultados das eleições. Um pouco por cinismo, mas claramente por simples pragmatismo, pela necessidade de garantir uma posição menos desvantajosa após perder uma batalha.

Pra alimentar o anedotário já vasto da “inteligência militar” brasileira, o chefe da GSI, vulgo genocida do Haiti, tentou aplicar um golpe na equipe de transição. Ofereceu computadores, equipe de funcionários e rede wi-fi exclusiva para a equipe de transição. De um republicanismo comovente, se não viesse de quem veio. Foi apelidada pela imprensa de “operação heleno de troia”. Gargalhadas à parte, foi esse tipo de gente medíocre que esteve no poder nos últimos quatro anos chefiando a agência de “inteligência” nacional.

O general de pijamas e ainda vice-bananeiro publicou num grande jornal um artigo revelador, pelo que insinua nas entrelinhas. Cinicamente, reconhece o resultado democrático das urnas, até porque foi eleito senador por elas. Mas diz não comemorar e conclama pelas “lições e responsabilidades a assumir”. Ataca autoridades que extrapolaram as suas funções (com exceção do fato dos militares se imiscuírem no processo eleitoral, prerrogativa que a Lei não lhes dá). Claro, para este sujeito, ameaça à democracia é o TSE reprimir difusão de “mamameiras de piroca”. Os inúmeros crimes eleitorais que foram praticados pelo governo, por empresários e por agentes públicos (cujo “oscar” foi para a PRF-Polícia Rodoviária Fascista, ex-Federal), não lhe causam qualquer constrangimento. Pra finalizar, coloca o fato de acatar o resultado das eleições só vale se forem respeitadas as “legítimas manifestações” populares posteriores, ou seja, as que pregam a intervenção militar. Em português claro: Golpe!

E difícil a vida do golpista que tenta se passar por democrata. Não há retórica que dê conta da hipocrisia dos militares bananeiros. Até porque, nas redes internas dos militares, os chamamentos ao golpe são a voz corrente, replicados por oficiais das mais diversas patentes.

Este blog vem batendo na mesma tecla há tempos: o plano dos militares bananeiros era criar um caos para a milicada “intervir” em nome da ordem pública. Mas deu ruim pra eles.

A reação internacional, rápida e contundente, foi crucial. E uma provável aclamação pela comunidade internacional do presidente recém-eleito na COP27 será a pá de cal nos sonhos golpistas.

Enfim, não rolou o cenário que eles desejavam para aplicar o golpe: o caos gerado pelos caminhoneiros não atingiu o sucesso previsto. Restaram somente as bizarras “vivandeiras dos quartéis”, cujas cenas ridículas nos têm garantido risadas a rodo. O financiamento farto de um punhado de empresários que enriquecem sonegando impostos ainda garante vida a algumas manifestações tresloucadas por aí, mas estão condenadas ao fracasso.

Infelizmente, o espectro do golpismo sempre estará a nos assombrar. O insano e demente twett publicado na véspera das eleições no perfil do general de pijamas que é o inspirador do principal Think Tank dos militares brasileiros não deixa dúvidas quanto a isso.

Até que as instituições militares sejam refundadas em nosso país, continuaremos a ser a maior república das bananas do planeta.