Bananas de prontidão (para a ação golpista)

Este blog, que a vista de seus leitores é tido como instigador de teorias conspiratórias tolas, bem que tenta ser otimista. Mas os generais bananeiros não deixam.

Nos últimos dias, o atual vice-presidente, general bananeiro recém-eleito para o Senado, fez declarações ameaçando o STF e o TSE. Outro general de pijama, na mesma linha, acusou o STF de conspirar a favor de um candidato e pregou abertamente um golpe de Estado. Tudo porque o candidato deles, o mestre das fake news, no melhor estilo Joseph Goebbels, estaria sendo prejudicado.

Estas excrescências militares só ainda existem entre nós porque não ocorreu aqui o que aconteceu na Argentina, bem expresso no filme “argentina 1985”, recém lançado numa plataforma digital. A impunidade fez florescer na caserna estas ervas daninhas.

Na sequência destes pronunciamentos, o candidato dos bananeiros, em entrevista, disse que só aceitará uma derrota na eleição se a Comissão de Transparência Eleitoral (que para ele se resume aos fardados a seu serviço) der o “talquei”.

Após o silêncio ensurdecedor da equipe de militares que fiscalizou as urnas eletrônicas, vazou pela imprensa o plano real deles. A tal “auditoria”, que já dizem que não é “auditoria”, mas pode ser que seja uma “auditoria”, ou isso, ou aquilo ou muito pelo contrário disso tudo…..

Graças a imprensa independente, seguida depois por um jornalão, soubemos que há um plano de várias etapas que vai até janeiro do ano que vem para dar um veredito sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Ou seja, planejaram desde o início ter em mãos um jeito de manter a corda esticada, a espera de uma insurreição dos fanáticos bolsonaristas, uma versão nacional da “invasão do Capitólio”, para então intervir militarmente e assegurar a mamata corporativa (que eles, hipocritamente, chamam de defesa da ordem e da pátria…) por mais quatro anos. Ou melhor, até 2030, conforme o bizarro “projeto de nação” divulgado pelo “Think Tank” dessas criaturas medíocres.

Aliás, um “think tank” que está mais para fossa séptica destapada do que outra coisa.

No domingo veio o primeiro movimento, o primeiro teste de ânimos para uma intentona miliciana. Um ex-deputado de ficha corrida deu show, tiros e granadas. Só que um ator canastrão sempre é capaz de estragar o trabalho do roteirista. A primeira impressão é que foi mais uma bomba que explodiu no colo. Mas a canalha fascista não vai sossegar. Os próximos dias prometem.

Dito isso, como em janeiro de 2023 já estaremos em pleno pré-carnaval, este blog vai lançar em breve a sua primeira produção musical em forma de videoclip: a marchinha carnavalesca, “Banana Mamata”. A composição já está devidamente registrada num órgão oficial de copyright . Divulgaremos também as partituras em C, Eb e Bb, para que os blocos e fanfarras possam executá-las com mais facilidade.

A composição será licenciada em creative commons, podendo ser livremente adaptada para outros gêneros musicais (funk, frevo, axé, piseiro, forró e até sertanejo)

Em primeira mão, aí vai a letra:

 

Banana Mamata (Marcha da caserna)

Coisa boa no Brasil é ser milico

não tem guerra pra se preocupar

é só prestar continência para o “mito”

que não falta teta pra mamar…

 

lá no planalto,

nunca tem erro

quem veste farda ganha cargo no governo               bis

 

tem mamata …no ministério

tem mamata …na estatal

tem mamata pra brigadeiro

pra almirante e general…

 [e remedinho pro bilau!]

 

Pra não perder essa mamata

milico diz que a urna tem mutreta

deixa a milícia pra fazer a arruaça ….E faz intervenção

Só pra não perder essa teta

nem ficar com a brocha na mão

[“pra pintar meio-fio não!”]

BANANA’S PRESS

Nas repúblicas das bananas a imprensa hegemônica sempre se presta a ser a porta-voz do pensamento das elites econômicas bananeiras.

Antes do primeiro turno, deixaram claro que o Bozo, que apoiaram de forma meio envergonhada na eleição passada, não conta mais com sua tolerância total. Bozo fez um bom trabalho sujo, mas pode oferecer riscos no futuro próximo, dada a ampla rejeição que sofre no cenário mundial. Por isso investiram até onde podiam na promoção de uma “terceira-via”. Um estratagema que não vingou, foi quase nati-morto, mas que serviu a um propósito. Se não era possível a vitória de uma alternativa das elites, que ao menos ela impedisse uma vitória consagradora de Lula no primeiro turno e o deixasse refém para a governabilidade da Presidência do país.

A tática parece ser a mesma para um segundo turno. Um editorial quase pornográfico do maior diário paulista deu o tom. Logo a seguir, dois populares diários cariocas fizeram uma dobradinha em suas capas bem ao estilo da revista semanal conhecida no meio jornalístico como “Quanto é?”.

A cereja do bolo foi a omissão pelo maior telejornal do país de um fato que jamais poderia ter sido ignorado: o ataque escandaloso das hordas fascistas ao santuário de Nossa Senhora Aparecida. Recentemente relutaram a noticiar o escândalo dos imóveis comprados com dinheiro vivo. Talvez voltem atrás, mas essa omissão diz muito e tem precedentes. Há quatro anos atrás ocorreu algo parecido, como permitir que o Bozo vomitasse a distribuição de um inexistente “kit erótico” nas escolas em uma entrevista ao vivo, sem que nenhum de seus entrevistadores o contestasse.

Parece claro que a elite, se admite uma vitória do Lula, quer que ela seja a mais sofrida possível, com o intuito de que o seu futuro governo seja limitado pelos interesses dos oligarcas brasileiros. Mas tem algo pior aí: sinaliza que a elite admite que suportaria a reeleição do Bozo. E isso é muito, muito grave para o país.

Não dá pra acreditar que a cobertura light das aberrações do Bozo pela grande imprensa seja explicada somente porque não querem desagradar alguns de seus grandes anunciantes fascistas.

Sabemos que os últimos dias da campanha serão marcados por uma tsunami de fake-news e factoides do mais baixo nível possível. Portanto, o risco de surpresas nos resultados, como aconteceu no primeiro turno, serão grandes.

Nem vou falar do folclórico personagem “as instituições estão funcionando”, que ameaça tomar o lugar da “mula sem cabeça” no bestiário nacional. Os crimes de responsabilidade ignorados nos últimos anos foram tantos que, agora, a farturade crimes eleitorais é naturalizada com similar complacência. Alexandre Moraes, surpreendentemente, é o único a ter uma postura republicana corajosa.

Embora exista uma clara consolidação dos votos, difícil de ser revertida, é bom não menosprezar os riscos.

E aí, este blog, uma voz quase solitária, supostamente paranoica e que aparentemente abraça teorias conspiratórias ocas, se sente da obrigação de manter aceso o sinal de alerta. O risco de golpe – na forma descrita em postagens anteriores, permanece. Prossigo com os argumentos.

A milicada até agora não se pronunciou sobre os resultados da sua “apuração paralela”. Obviamente, não encontraram nada que desabonasse os resultados das urnas eletrônicas.  A imprensa diz que foram proibidas pelo Bozo de se pronunciar a respeito.  Mas ainda o poderão faze-lo e, se o fizerem, será para por em dúvida os resultados. O argumento perdeu força, mas ainda pode ser usado para atiçar uma horda de fanáticos que poderá ir para as ruas protestar.

Por outro lado, o Bozo instrumentaliza o CADE para avançar na criminalização dos institutos de pesquisa.

O Bozo já sinalizou que, se perder, vai mandar para as ruas os seus cães raivosos. O que aconteceu em Aparecida do Norte nos faz pensar o que alguns milhares de boçais armados poderão fazer, algo de relegar a “invasão do Capitólio” um lugar de mera travessura infantil.

Sabemos que a canalha fardada, em êxtase com os bons resultados eleitorais obtidos, não quer largar o osso.  O discurso patriótico fervoroso é mera fantasia, auto-ilusão da caserna, pois o que eles querem mesmo é manter os seus privilégios e mamatas conquistadas no governo do Bozo. O resto é balela, inclusive uma pretensa superioridade moral que os “obrigaria” a manter uma tutela sobre o poder civil.

Os militares bananeiros sabem fazer muito bem o uso da velha guerra psicológica , as ações sujas no “psicossocial”, conforme orienta os seus manuais empoeirados. Sonham que ainda podem ganhar nas urnas mas, se der errado…

O sonho dos fardados seria reproduzir o “método Jakarta”, aplicado na Indonésia, onde colocaram as milícias para fazer o trabalho sujo. Mas também não querem ter o mesmo fim que os seus pares bolivianos recentemente: se omitiram diante do caos provocado pelos golpistas, mas que depois  deu ruim pra eles passado pouco mais de um ano. Quem sempre se alimentou da impunidade – as FFAA brasileiras – se apavora com a possibilidade de ser punido.

Por isso que esses pseudo-patriotas fardados ajudaram a criar o cenário que favorece o caos, e continuarão com esta tática. Querem aparecer como os salvadores da pátria que irão colocar ordem na bagunça preparada e fomentada por eles próprios.

Infelizmente, a oposição democrática não foi capaz de elaborar um plano de contingência pra isso. Não temos um Leonel Brizola para organizar uma nova rede da legalidade.

Não se enganem:  De um” incêndio do Reischtag” a uma “invasão do Capitólio”, vem merda por aí.

Que o acaso nos salve. Que mais uma vez a bomba que a canalha fardada está armando exploda no colo deles.

 

BANANA’S PARTY

Os fardados da maior República das Bananas do mundo estão em festa. Há um verdadeiro clima de euforia entre eles. Me desculpem pelo trocadilho infame, mas eles estavam com uma tremenda bananosa nas mãos. Se o Lula tivesse saído vitorioso no primeiro turno, teriam que tomar uma decisão desgastante e de consequências perigosas: insistir em colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas – e contribuir para criar um caos favorável ao golpismo – ou colocar a bazuca o armário (ou o “galho dentro”, como prefiram).

O cenário não poderia ter sido melhor para eles: além do surpreendente resultado do Bolsonaro nas urnas, elegeram vários de seus representantes pelo país. Inclusive o Vice-Presidente, o general bananeiro de muitas estrelas para o Senado Federal, que também contará com o “astronauta” dos travesseiros NASA como seu colega naquela casa legislativa. Analistas apontam que, além dessa “jóia do coturno”, também foram eleitos muitos fardados para a Câmara dos Deputados: 17 das FFAA, mais 34 das Polícias Militares e 13 delegados de polícia (de âmbito federal ou estadual). E outros tantos nas assembleias legislativas estaduais.

Ou seja, contam com um grande poder de barganha para garantir os seus privilégios. Ou para darem sustentação a um golpe, se acharem necessário. É a força do Partido Militar, como alguns articulistas se referem. O general bananeiro em breve senador, animadíssimo, já deu entrevista afirmando que querem subjugar o STF. Um Partido em festa, pois já comemoram a garantia da mamata, ao menos em parte, e o poder de tutela sobre a vida civil, essa excrescência só possível em repúblicas bananeiras.

Enfim, até o segundo turno é um período curto, mas em que muita coisa pode acontecer. Neste momento, os milicos bananeiros estão desfrutando a vitória, mas logo estarão de prontidão a observar os desdobramentos e os próximos movimentos da oposição democrática.

Como bem observou um portal da imprensa alternativa, os militares que tanto questionavam as urnas eletrônicas até a semana passada estão agora em um silêncio ensurdecedor sobre o assunto.  Hipócritas, como os resultados lhes foram favoráveis, emudeceram.

Mas ainda temos um segundo turno pela frente. No país da “mamadeira de piroca”, os resultados são sempre imprevisíveis.  O discurso das urnas fraudulentas enfraqueceu, mas o perigo de um golpe nem tanto.

Os democratas devem permanecer em alerta.

Teoria da Conspiração?

É como diz o velho ditado: yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.

Um dos principais portais de imprensa do país reproduz neste momento matéria da BBC que relembra como foi a tomada do poder por Mussolini, na famosa Marcha sobre Roma. Um bando de lunáticos armados tomaram o poder quase sem enfrentar resistências. Tinham simpatizantes entre muitos dos militares , empresários e parlamentares, além de algum apoio social.  Por esta razão os monarquistas e liberais preferiram não resistir, enquanto que os socialistas foram pegos de surpresa, sem estruturas suficientemente organizadas para fazer frente ao golpe.

Publicar uma matéria desta no atual momento pode parecer até uma incitação ao crime.

Mas não sejamos paranóicos. Seria profundamente desagradável o horizonte de termos de pendurar pessoas de cabeça pra baixo queimadas com gasolina num futuro próximo. O Brasil não merece isso.