BANANA’S PARTY

Os fardados da maior República das Bananas do mundo estão em festa. Há um verdadeiro clima de euforia entre eles. Me desculpem pelo trocadilho infame, mas eles estavam com uma tremenda bananosa nas mãos. Se o Lula tivesse saído vitorioso no primeiro turno, teriam que tomar uma decisão desgastante e de consequências perigosas: insistir em colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas – e contribuir para criar um caos favorável ao golpismo – ou colocar a bazuca o armário (ou o “galho dentro”, como prefiram).

O cenário não poderia ter sido melhor para eles: além do surpreendente resultado do Bolsonaro nas urnas, elegeram vários de seus representantes pelo país. Inclusive o Vice-Presidente, o general bananeiro de muitas estrelas para o Senado Federal, que também contará com o “astronauta” dos travesseiros NASA como seu colega naquela casa legislativa. Analistas apontam que, além dessa “jóia do coturno”, também foram eleitos muitos fardados para a Câmara dos Deputados: 17 das FFAA, mais 34 das Polícias Militares e 13 delegados de polícia (de âmbito federal ou estadual). E outros tantos nas assembleias legislativas estaduais.

Ou seja, contam com um grande poder de barganha para garantir os seus privilégios. Ou para darem sustentação a um golpe, se acharem necessário. É a força do Partido Militar, como alguns articulistas se referem. O general bananeiro em breve senador, animadíssimo, já deu entrevista afirmando que querem subjugar o STF. Um Partido em festa, pois já comemoram a garantia da mamata, ao menos em parte, e o poder de tutela sobre a vida civil, essa excrescência só possível em repúblicas bananeiras.

Enfim, até o segundo turno é um período curto, mas em que muita coisa pode acontecer. Neste momento, os milicos bananeiros estão desfrutando a vitória, mas logo estarão de prontidão a observar os desdobramentos e os próximos movimentos da oposição democrática.

Como bem observou um portal da imprensa alternativa, os militares que tanto questionavam as urnas eletrônicas até a semana passada estão agora em um silêncio ensurdecedor sobre o assunto.  Hipócritas, como os resultados lhes foram favoráveis, emudeceram.

Mas ainda temos um segundo turno pela frente. No país da “mamadeira de piroca”, os resultados são sempre imprevisíveis.  O discurso das urnas fraudulentas enfraqueceu, mas o perigo de um golpe nem tanto.

Os democratas devem permanecer em alerta.

Teoria da Conspiração?

É como diz o velho ditado: yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.

Um dos principais portais de imprensa do país reproduz neste momento matéria da BBC que relembra como foi a tomada do poder por Mussolini, na famosa Marcha sobre Roma. Um bando de lunáticos armados tomaram o poder quase sem enfrentar resistências. Tinham simpatizantes entre muitos dos militares , empresários e parlamentares, além de algum apoio social.  Por esta razão os monarquistas e liberais preferiram não resistir, enquanto que os socialistas foram pegos de surpresa, sem estruturas suficientemente organizadas para fazer frente ao golpe.

Publicar uma matéria desta no atual momento pode parecer até uma incitação ao crime.

Mas não sejamos paranóicos. Seria profundamente desagradável o horizonte de termos de pendurar pessoas de cabeça pra baixo queimadas com gasolina num futuro próximo. O Brasil não merece isso.