BANANA’S PRESS

Nas repúblicas das bananas a imprensa hegemônica sempre se presta a ser a porta-voz do pensamento das elites econômicas bananeiras.

Antes do primeiro turno, deixaram claro que o Bozo, que apoiaram de forma meio envergonhada na eleição passada, não conta mais com sua tolerância total. Bozo fez um bom trabalho sujo, mas pode oferecer riscos no futuro próximo, dada a ampla rejeição que sofre no cenário mundial. Por isso investiram até onde podiam na promoção de uma “terceira-via”. Um estratagema que não vingou, foi quase nati-morto, mas que serviu a um propósito. Se não era possível a vitória de uma alternativa das elites, que ao menos ela impedisse uma vitória consagradora de Lula no primeiro turno e o deixasse refém para a governabilidade da Presidência do país.

A tática parece ser a mesma para um segundo turno. Um editorial quase pornográfico do maior diário paulista deu o tom. Logo a seguir, dois populares diários cariocas fizeram uma dobradinha em suas capas bem ao estilo da revista semanal conhecida no meio jornalístico como “Quanto é?”.

A cereja do bolo foi a omissão pelo maior telejornal do país de um fato que jamais poderia ter sido ignorado: o ataque escandaloso das hordas fascistas ao santuário de Nossa Senhora Aparecida. Recentemente relutaram a noticiar o escândalo dos imóveis comprados com dinheiro vivo. Talvez voltem atrás, mas essa omissão diz muito e tem precedentes. Há quatro anos atrás ocorreu algo parecido, como permitir que o Bozo vomitasse a distribuição de um inexistente “kit erótico” nas escolas em uma entrevista ao vivo, sem que nenhum de seus entrevistadores o contestasse.

Parece claro que a elite, se admite uma vitória do Lula, quer que ela seja a mais sofrida possível, com o intuito de que o seu futuro governo seja limitado pelos interesses dos oligarcas brasileiros. Mas tem algo pior aí: sinaliza que a elite admite que suportaria a reeleição do Bozo. E isso é muito, muito grave para o país.

Não dá pra acreditar que a cobertura light das aberrações do Bozo pela grande imprensa seja explicada somente porque não querem desagradar alguns de seus grandes anunciantes fascistas.

Sabemos que os últimos dias da campanha serão marcados por uma tsunami de fake-news e factoides do mais baixo nível possível. Portanto, o risco de surpresas nos resultados, como aconteceu no primeiro turno, serão grandes.

Nem vou falar do folclórico personagem “as instituições estão funcionando”, que ameaça tomar o lugar da “mula sem cabeça” no bestiário nacional. Os crimes de responsabilidade ignorados nos últimos anos foram tantos que, agora, a farturade crimes eleitorais é naturalizada com similar complacência. Alexandre Moraes, surpreendentemente, é o único a ter uma postura republicana corajosa.

Embora exista uma clara consolidação dos votos, difícil de ser revertida, é bom não menosprezar os riscos.

E aí, este blog, uma voz quase solitária, supostamente paranoica e que aparentemente abraça teorias conspiratórias ocas, se sente da obrigação de manter aceso o sinal de alerta. O risco de golpe – na forma descrita em postagens anteriores, permanece. Prossigo com os argumentos.

A milicada até agora não se pronunciou sobre os resultados da sua “apuração paralela”. Obviamente, não encontraram nada que desabonasse os resultados das urnas eletrônicas.  A imprensa diz que foram proibidas pelo Bozo de se pronunciar a respeito.  Mas ainda o poderão faze-lo e, se o fizerem, será para por em dúvida os resultados. O argumento perdeu força, mas ainda pode ser usado para atiçar uma horda de fanáticos que poderá ir para as ruas protestar.

Por outro lado, o Bozo instrumentaliza o CADE para avançar na criminalização dos institutos de pesquisa.

O Bozo já sinalizou que, se perder, vai mandar para as ruas os seus cães raivosos. O que aconteceu em Aparecida do Norte nos faz pensar o que alguns milhares de boçais armados poderão fazer, algo de relegar a “invasão do Capitólio” um lugar de mera travessura infantil.

Sabemos que a canalha fardada, em êxtase com os bons resultados eleitorais obtidos, não quer largar o osso.  O discurso patriótico fervoroso é mera fantasia, auto-ilusão da caserna, pois o que eles querem mesmo é manter os seus privilégios e mamatas conquistadas no governo do Bozo. O resto é balela, inclusive uma pretensa superioridade moral que os “obrigaria” a manter uma tutela sobre o poder civil.

Os militares bananeiros sabem fazer muito bem o uso da velha guerra psicológica , as ações sujas no “psicossocial”, conforme orienta os seus manuais empoeirados. Sonham que ainda podem ganhar nas urnas mas, se der errado…

O sonho dos fardados seria reproduzir o “método Jakarta”, aplicado na Indonésia, onde colocaram as milícias para fazer o trabalho sujo. Mas também não querem ter o mesmo fim que os seus pares bolivianos recentemente: se omitiram diante do caos provocado pelos golpistas, mas que depois  deu ruim pra eles passado pouco mais de um ano. Quem sempre se alimentou da impunidade – as FFAA brasileiras – se apavora com a possibilidade de ser punido.

Por isso que esses pseudo-patriotas fardados ajudaram a criar o cenário que favorece o caos, e continuarão com esta tática. Querem aparecer como os salvadores da pátria que irão colocar ordem na bagunça preparada e fomentada por eles próprios.

Infelizmente, a oposição democrática não foi capaz de elaborar um plano de contingência pra isso. Não temos um Leonel Brizola para organizar uma nova rede da legalidade.

Não se enganem:  De um” incêndio do Reischtag” a uma “invasão do Capitólio”, vem merda por aí.

Que o acaso nos salve. Que mais uma vez a bomba que a canalha fardada está armando exploda no colo deles.

 

BANANA’S PARTY

Os fardados da maior República das Bananas do mundo estão em festa. Há um verdadeiro clima de euforia entre eles. Me desculpem pelo trocadilho infame, mas eles estavam com uma tremenda bananosa nas mãos. Se o Lula tivesse saído vitorioso no primeiro turno, teriam que tomar uma decisão desgastante e de consequências perigosas: insistir em colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas – e contribuir para criar um caos favorável ao golpismo – ou colocar a bazuca o armário (ou o “galho dentro”, como prefiram).

O cenário não poderia ter sido melhor para eles: além do surpreendente resultado do Bolsonaro nas urnas, elegeram vários de seus representantes pelo país. Inclusive o Vice-Presidente, o general bananeiro de muitas estrelas para o Senado Federal, que também contará com o “astronauta” dos travesseiros NASA como seu colega naquela casa legislativa. Analistas apontam que, além dessa “jóia do coturno”, também foram eleitos muitos fardados para a Câmara dos Deputados: 17 das FFAA, mais 34 das Polícias Militares e 13 delegados de polícia (de âmbito federal ou estadual). E outros tantos nas assembleias legislativas estaduais.

Ou seja, contam com um grande poder de barganha para garantir os seus privilégios. Ou para darem sustentação a um golpe, se acharem necessário. É a força do Partido Militar, como alguns articulistas se referem. O general bananeiro em breve senador, animadíssimo, já deu entrevista afirmando que querem subjugar o STF. Um Partido em festa, pois já comemoram a garantia da mamata, ao menos em parte, e o poder de tutela sobre a vida civil, essa excrescência só possível em repúblicas bananeiras.

Enfim, até o segundo turno é um período curto, mas em que muita coisa pode acontecer. Neste momento, os milicos bananeiros estão desfrutando a vitória, mas logo estarão de prontidão a observar os desdobramentos e os próximos movimentos da oposição democrática.

Como bem observou um portal da imprensa alternativa, os militares que tanto questionavam as urnas eletrônicas até a semana passada estão agora em um silêncio ensurdecedor sobre o assunto.  Hipócritas, como os resultados lhes foram favoráveis, emudeceram.

Mas ainda temos um segundo turno pela frente. No país da “mamadeira de piroca”, os resultados são sempre imprevisíveis.  O discurso das urnas fraudulentas enfraqueceu, mas o perigo de um golpe nem tanto.

Os democratas devem permanecer em alerta.

Teoria da Conspiração?

É como diz o velho ditado: yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.

Um dos principais portais de imprensa do país reproduz neste momento matéria da BBC que relembra como foi a tomada do poder por Mussolini, na famosa Marcha sobre Roma. Um bando de lunáticos armados tomaram o poder quase sem enfrentar resistências. Tinham simpatizantes entre muitos dos militares , empresários e parlamentares, além de algum apoio social.  Por esta razão os monarquistas e liberais preferiram não resistir, enquanto que os socialistas foram pegos de surpresa, sem estruturas suficientemente organizadas para fazer frente ao golpe.

Publicar uma matéria desta no atual momento pode parecer até uma incitação ao crime.

Mas não sejamos paranóicos. Seria profundamente desagradável o horizonte de termos de pendurar pessoas de cabeça pra baixo queimadas com gasolina num futuro próximo. O Brasil não merece isso.

Dilemas Bananeiros

Ao final do dia 2 de outubro de 2022 os militares bananeiros enfrentarão um grande dilema.

O que alguns analistas políticos passaram a chamar de “Partido Militar” – que este blog prefere chamar de “Banana Mamata” – estará diante de uma escolha difícil. A posição tomada pelos militares repercutirá de forma crucial sobre o futuro de seus privilégios e posições de poder.

Os militares foram uma força política decisiva na construção do desastre Bolsonaro, este ser abjeto que foi o grande “cavalo de tróia” que a caserna utilizou para voltar ao poder. Com uma construção teórica pra lá de medíocre, traduzida recentemente num tal “Plano Brasil”, tentaram ocultar o que nada mais é do que o projeto corporativo de uma casta. Uma soma de exortações nacionalistas e patrióticas para o próprio autoconvencimento. Tentam convencer a eles mesmos de que almejam algo diferente da pura e simples mamata.

Há uma grande possibilidade de que Lula vença no primeiro turno. Obviamente, Bolsonaro alegará fraude e incitará os seus seguidores alucinados a tomar as ruas e provocar o caos. Como os militares se comportarão diante disso é o grande dilema. Até aqui eles tem trabalhado em total sintonia com o presidente para semear dúvidas em relação às urnas eletrônicas. A tal ponto que o TSE concordou em permitir uma bizarra “apuração paralela” em zonas eleitorais selecionadas.

Finda a apuração eles terão que se pronunciar: se os resultados foram legítimos ou não. Eles serão os grandes responsáveis pelos desdobramentos que se seguirão.

Podemos considerar duas hipóteses básicas:

1) Os militares dão aval à legitimidade e veracidade da votação eletrônica;

2) Os militares apontam falhas e colocam em dúvida o resultado.

Na primeira hipótese, além de esvaziar a reação das milícias bolsonaristas, os militares terão optado pela negociação, ao invés da via golpista. Ganhariam poder de barganha ao atuar para conter eventuais distúrbios causados pelas hordas de fanáticos. A maioria dos analistas parece apostar nesta via. Citam a posição firme da diplomacia norte-americana que promete reconhecer o eleito no primeiro momento. Como os militares são sabujos históricos do Tio Sam, não apostariam numa aventura arriscada. O ponto frágil aqui é um só: podemos confiar no Tio Sam ou estaremos caindo nas artimanhas do tão falado deep state?

A segunda hipótese é a aposta descarada no golpe. Como a tese já enunciada aqui neste blog, será um “golpe terceirizado”. Ao questionar o resultado, os militares abrirão as porteiras para a violência das milícias, clubes de atiradores e fanáticos armados de toda a espécie. Teremos dias de caos, de muita violência nas ruas, atentados contra lideranças populares e autoridades legalistas. Difícil dizer de antemão quanto sangue será derramado.

Diante do caos, as milícias fardadas colocarão suas tropas nas ruas para garantir a ordem pública e a segurança da população, na falaciosa “intervenção militar constitucional”. Cinicamente, se apresentarão como os “pacificadores”, não como golpistas. Mas terão o poder de alterar o calendário eleitoral e as regras do jogo em favor dos interesses de suas castas. É uma opção arriscada, de desdobramentos imprevisíveis.

Como dissemos, são duas hipóteses básicas que, combinadas, poderão gerar novos cenários.

No caso de não ocorrer a vitória em primeiro turno, o dilema bananeiro ganhará tempo para novas articulações e movimentações. Porém uma coisa é certo: o Brasil viverá dias tensos e difíceis a partir da próxima semana.

Conforme o ativismo de cada um, preparem seus corações, seus kits de primeiros socorros, decorem telefones de advogados de direitos humanos e, para os mais pessimistas, separem os passaportes.

Bananas no setembro verde-oliva

A arte da dissimulação é algo que, goste-se ou não, os militares sabem fazer muito bem.

E não é de hoje.

Recentemente foi lançado em português o livro ” O método Jakarta”, do premiado jornalista Vincent Benkins. O título remete ao sangrento golpe militar de 1965 na Indonésia. Um golpe sanguinário em que os militares fizeram uso de milícias civis fanatizadas para fazer o trabalho sujo, um verdadeiro genocídio. Milhares de opositores foram eliminados. Uma história que permaneceu abafada por muitos anos e que só veio à tona após os chocantes documentários do cineasta Joshua Oppenheimer: “O Ato de Matar” e “O Peso do Silêncio”, ambos disponíveis com legendas em português no Youtube.

Os CACs, clubes de atiradores que proliferam nos últimos quatro anos, são hoje verdadeiras milícias prontas para cometer barbaridades. Tem em seu poder mais de um milhão de armas. É importante ter essas informações em mente quando se fala na possibilidade de um golpe no Brasil.

É verdade que essa turma dos CACs não tem articulação nem inteligência para promover um golpe. Porém o Exército, de forma canalha, tem atuado de forma intensa para desacreditar as urnas eletrônicas e assim atiçar as milícias golpistas. Elas serão capazes de criar um caos e dar o pretexto para uma intervenção militar que “restitua a lei e a ordem”. Não duvidem que esta oportunidade seja usada para alterar o calendário eleitoral e mudar as regras do jogo. Os militares não ficariam com pecha de golpistas no cenário internacional. São cínicos o suficiente para isso.

Não pensem que uma intervenção militar desta natureza seria para preservar o Bozo. Ele já cumpriu o seu papel e a elite econômica – aquela que detem de fato o poder – poderão descartá-lo facilmente. Os pequenos e médios empresários, a parte fascista do agronegócio e outros alucinados do whatszap não estarão a frente deste processo. Porém esta turminha se prestará ao mesmo papel que o Bozo se prestou: o de cavalo de Tróia para a casta militar avançar sobre o poder civil. O Bozo deverá se contentar com a tradicional impunidade que a caserna reserva para os seus, por gratidão aos serviços prestados.

Um golpe terceirizado, é isso o que se planeja. A conivência da caserna com a liberação desenfreada de armas pesadas e a insistência em colocar em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas fazem parte deste roteiro.

O que mais deve nos preocupar é a dimensão do caos que os militares estão fomentando, o quanto de sangue inocente que poderá ser derramado. Mas para as FFAA, artífices dos fracassados planos do Para-Sar e do atentado do Riocentro, isto pouco importa. Se consideram “patriotas”, mesmo quando provocam o derramamento do sangue de seu próprio povo.

Mais um vez o dia 7 de setembro será um momento de tensão. Mesmo depois de fazerem  circular a informação da “inteligência militar” sobre o risco de atentados, as FFAA concordaram em promover uma celebração com oito horas de duração em Copacabana.

A inteligência militar monitora os “soldados do Bozo” e sabe perfeitamente quem planeja, o que se planeja e para quando se planeja. Mas vão usar essa informação a seu favor, para, ao invocar um suposto “fervor patriótico”, garantir os seus privilégios. Na maior República das Bananas do mundo, desde 1889, sempre foi assim.

A bomba está armada. Só nos resta torcer para que, mais uma vez, ela exploda no colo deles.

Sobre a inteligência militar (Fonte: jornal GGN)

A Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça e o Comando de Defesa Cibernética do Exército (ComDCiber) investiram pesado nos últimos anos na compra de  sistemas de vigilância cibernética.

Foram adquiridos o programa espião israelense DarkMatter e as ferramentas Harpia Tech e Córtex para pesquisa em bancos de dados abertos. Da israelense Cognyte foi adquirido  o Webint, tecnologia que permite pesquisar e  recolher dados de qualquer pessoa, seja na surface web ou na deep web.

Estas ferramentas tecnológicas, que usam de IA,  são capazes de extrair dados de qualquer cidadão, sem nenhum tipo de fiscalização. Além de acessar com facilidade bancos de dados abertos, usam perfis falsos e  bots para acessar  redes sociais e grupos privados de trocas de mensagens.

Foi daí que brotou em 2020 uma lista de 574 funcionários federais “antifascistas”, o que chamou a atenção da sociedade civil para o fato.

Além da aquisição destas ferramentas e mais outras centenas de softwares , foram celebrados contratos sigilosos com empresas de cybersegurança israelenses CySource e Cellebrite UFED, com acesso ao temido software Pegasus, capaz de invadir qualquer celular sem ser detectado.

O Exército também contratou a empresa brasileira Kryptus que, além de fornecer equipamentos para criptografia, fabrica componentes de segurança das urnas eletrônicas.

Todas estas ferramentas permitem hoje que a inteligência militar possa monitorar milhões de cidadãos, acessar seus dados pessoais e monitorar suas redes privadas. Podem extrair textos, áudios e imagens, monitorar sites visitados e pesquisas do google, rastrear os deslocamentos em tempo real de um cidadão seguindo o geolocalizador das redes de telefonia móvel  e sabe-se lá o que mais. 

Não é ficção científica. É fato.

Tanto poder adquirido através de contratos sigilosos chamaram a atenção do Tribunal de Contas da União e do  Ministério Público Federal. Entre as irregularidades identificadas, o TCU citou  “a contratação de um sistema capaz de monitorar e perfilar cidadãos sem qualquer justificativa prévia, a ausência de mecanismos de controle e fiscalização e a própria modalidade de licitação adotada, absolutamente inadequada para o tipo de serviço pretendido”

O MPF alertou para o perigo do uso indevido destes sistemas, por serem inauditáveis  e sem qualquer controle externo. Nas palavras no MPF, ” um grave risco de violação à intimidade e privacidade, à liberdade de expressão e manifestação, ao devido processo legal e a diversas outras garantias fundamentais da pessoa humana, como a integridade física e psíquica e, até mesmo, a vida.”

© 2022 , Zezeca Brasil.

É livre a reprodução, total ou parcial, de qualquer artigo deste blog.

Bananas Terroristas Terceirizadas

Circulam na imprensa, com certa regularidade, declarações supostamente advindas de “fontes militares” de que as FFAA não apoiarão um golpe convocado pelo Bozo. Mas é difícil dar credibilidade a estas informações.

É difícil crer na honestidade da recente manifestação do General Villas Boas, arquiteto da ação militar no impeachment da Dilma, na prisão de Lula e na articulação para fazer o Bozo presidente. Historicamente, no dialeto da caserna, “golpe militar” na prática é traduzido como “compromisso com a democracia” e “respeito à legalidade”. Desde a queda do Império é assim.

A insistência dos militares em interferir no processo eleitoral – em particular no que diz respeito às urnas eletrônicas –  já ultrapassou todos os limites do bom senso. São inúmeros questionamentos sem fundamentos e propostas de “aperfeiçoamento” desprovidas de razoabilidade.

Por que tanta insistência em tutelar o processo eleitoral? Existem algumas hipóteses que têm sido consideradas. A primeira delas é o desejo dos militares de avançar cada vez mais no terreno do poder civil. Com esta intromissão, também querem passar um recado: não estão dispostos a retroceder no espaço conquistado durante o governo de seu cavalo de tróia (o Bozo). Na verdade, é um projeto do que já chamam de “Partido Fardado”, que tem a ambição de impor a visão de mundo da caserna até 2030, conforme o patético plano de ação amplamente divulgado.

Sim, os fardados das repúblicas bananeiras se acham o “ó do borogodó”. Nem se dão conta da vergonha que passamos no plano internacional por conta dos delírios deles.

A segunda hipótese é a mais preocupante: ao disseminar uma falta de confiança nas urnas eletrônicas, sinalizam que não pretendem aceitar os resultados das urnas, caso não sejam favoráveis aos seus projetos. E este é o maior perigo.

Conforme a opinião dominante dos cientistas políticos, as quarteladas não são mais viáveis no mundo de hoje. Mas isso não significa que a milicada bananeira não tenha táticas e estratégias para viabilizar os seus projetos. Com sólida formação teórica na arte da guerra, sabem formular bem planos ofensivos e defensivos e fazer a leitura de cenários de combate.

Vamos então a uma das teorias conspiratórias que circulam por aí.

Muito já se falou da postura displicente dos militares com a liberação de armas com alto poder de fogo para a população civil, inclusive com desregulamentações que dificultam o rastreamento do uso de armas e munições. Nenhuma força armada do mundo estimula este tipo de política. Significa enfraquecer uma de suas principais prerrogativas, que é o uso da violência legítima do Estado.

Porém, o que é uma aparente negligência, pode ser apenas parte de um projeto.

O golpismo é parte do DNA das FFAA brasileiras desde a Proclamação da República. Sempre recorrem a ele quando se sentem ameaçados pela perda do poder ou de seus privilégios, travestidos de um cínico furor patriótico. E tivemos no Brasil dois momentos em que, por obra do acaso, os militares não perpretaram atentados terroristas contra a população brasileira. Falamos do caso PARA-SAR e do atentado frustrado ao RIOCENTRO, já comentados neste blog.

Mas o que eles podem fazer agora, já que não existe mais espaço para quarteladas? A resposta é a terceirização do terror. Deixar que os Clubes de Tiro e Caça, milicianos e alucinados em geral façam o trabalho sujo.  A tão falada “invasão do Capitólio” tupiniquim poderá dar o pretexto que os militares bananeiros tanto querem, de retomar o poder em nome da ordem pública.

Por isso permitiram que os monstros fossem fartamente alimentados com munição e armamento pesado, muito além do necessário para uma suposta “defesa pessoal”.

Os militares investiram de forma pesada em equipamentos de última geração para a guerra cibernética. Tais tecnologias estão sendo usadas não contra os inimigos externos – que nosso país não tem – mas contra o “inimigo interno” desta casta bananeira.

Eles já sabem muito bem do que se passa no submundo miliciano. Monitoram bem de perto. E vão usar isso não para proteger a cidadania, mas para apresentarem-se como os salvadores da pátria, como uma reserva moral da sociedade num momentos de crise. Cambada de hipócritas.

Nas próximas semanas poderemos ter um “incêndio do Reichstag” 4.0. A conferir. O fascismo bananeiro é capaz de tudo. Só nos resta torcer para que, mais uma vez, a bomba exploda no colo deles.

BANANAS AGEM NAS SOMBRAS

A tática dos golpistas de dissimulação de seus planos e intenções prossegue a todo vapor. A grande imprensa, de maneira cúmplice ou não, segue o script. Diante dos “consensos fabricados”, é preciso fazer o papel de advogado do diabo, mesmo que isto pareça mera teoria conspiratória.

Nas últimas semanas tivemos alguns atos que foram saudados com uma reação contundente aos golpistas. A leitura da Carta pela Democracia, a posse e o discurso do novo presidente do TSE e a busca e apreensão na casa de empresários que alimentam a ideia de golpe no whatszap.

A mídia, em uníssono, vem noticiando estes eventos como duros recados ao Bozo e uma demonstração do isolamento crescente dos golpistas. A falácia de que “as instituições estão funcionando” ganhou novo fôlego. O custo do golpe aumentou muito, afirmaram uns e outros. O projeto de um 7 de setembro golpista estaria esvaziado.

Mas o que interessa neste cenário é observar o comportamento do grupo que é o “x” da questão numa república bananeira: os militares. Porque em paralelo a tudo isso, prossegue o cabo de guerra dos milicos com o TSE. Após uma sugestão esdrúxula de filmagem da cabine devotação (!!!), a milicada veio com novas exigências e a indicação de mais militares para analisar o código-fonte das urnas eletrônicas.

São citados rumores de que, para selar a paz, os militares exigem que algumas de suas sugestões sejam contempladas. Ou seja, oferecem a paz em troca de um cavalo de tróia. Porque o objetivo deles é, desde o início, desacreditar as urnas e abrir o flanco para contestação dos resultados das eleições.

Um pouco fora do script, tivemos as notícias dos supersalários dos militares, com uma cobertura moderada. Nenhum jornalista do mainstream ousou insinuar que farra dos supersalários é a grande motivação da caserna para um golpe “patriótico”. Carregada de eufemismo, em outra matéria recente “especialistas” dizem que os militares não aceitarão retrocessos no espaço conquistado. Querem mesmo é fincar o coturno da tutela do poder civil de forma permanente.

Surpreendentemente, os militares cancelaram pela primeira vez na história o tradicional desfile militar, e justo na data altamente simbólica do bicentenário da Independência. Não querem ser usados numa manifestação que ataca as instituições democráticas, não querem a pecha de golpistas (que são!). O que eles querem mesmo é posar de guardiões da democracia, intervindo para colocar ordem num caos por eles fomentado.

Já dizem que não há risco de golpe no 7 de setembro, mas que é preciso tomar cuidado com atentados dos “lobos solitários”, um perigo detectado pela “inteligência militar”. A velha tática do “incêndio do Reichstag”.  Não satisfeitos com os fracassos do caso Para-Sar e do Riocentro, parece que cogitam repetir esta mesma via criminosa, agora de forma terceirizada para milicianos, CACs ou outro tipo de tresloucados.

Porém, como toda ação movida por táticas de dissimulação, sempre fica uma ponta de fio desencapado. Em paralelo à defesa dos empresários do grupo de whatszap golpista, que estariam sendo vítimas de uma inadmissível invasão de privacidade, uma agressão à liberdade de expressão, um oficial da reserva afirmou: nos grupos da alta oficialidade falam coisas muito piores, e com efeitos práticos desde 2015!

Ora, a ação policial contra os empresários não é pelas ideias que propagam, mas pela suspeita de que financiam os atos antidemocráticos que visam um golpe. O mesmo que fazem altos oficiais bolsonaristas nas sombras. E os tais “efeitos práticos” destes bem conhecemos: a prisão do Lula, o impedimento da Dilma, a eleição do Bolsonaro e a ocupação massiva do Poder Executivo pelos fardados.

Os militares bananeiros são limitados intelectualmente, é certo. Mamas não são burros. Principalmente quando se trata de defender, com unhas e dentes (e golpes!), seus pornográficos privilégios. Montaram um sofisticado QG de guerra cibernética, com equipamentos de tecnologias de ponta, só pra isso.

Quem quiser que se engane. Vem bomba – talvez literalmente – por aí.

PS: Os que desafinam das interpretações majoritárias são raros. Tem até que pedir desculpas antes de apresentar argumentos. O historiador Eduardo Borges trouxe alguns dados muito relevantes, num artigo em que nos pede um olhar mais realista, . Destaca que apenas 18 dos 131 sindicatos filiados à FIESP, assinaram a tal carta pela democracia. Nem a FIRJAN, nem a CIESP, nem a OAB assinaram, apenas para ficar em alguns exemplos mais relevantes. O ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello assinou, porém declarou voto no Bozo no segundo turno. Historicamente as nossas elites sempre aderiram ao golpe, desde a Proclamação da República. Fonte: JORNAL GGN

Bananas históricas

Da aprazível cidade de Aracati-CE, vem uma importante lição de História. Esta cidade costeira do Ceará é mais conhecida pela sua paradisíaca praia turística (Canoa Quebrada). Porém foi palco de alguns eventos bem simbólicos.

Foi lá que, em 1881, o jangadeiro e abolicionista Francisco José do Nascimento (ou Chico da Matilde) liderou um boicote ao transporte de escravos para os navios que os levariam para o Rio de Janeiro, onde seriam revendidos. Pela sua bravura neste episódio, passaria a história com o título de “Dragão do Mar”, o “Jangadeiro Nascimento”.

Após a Abolição, a jangada do Chico, batizada com o nome de “Liberdade”, foi trazida para o Rio de Janeiro. A princípio, seria exposta no Museu Nacional como uma peça histórica. Mas deram a infeliz ideia de levá-la para o Museu da Marinha. Desde então, o destino da embarcação é ignorado.

Entregar o destino da “liberdade” aos militares foi um imenso equívoco. Anos antes, em 1869, um jovem jornalista da mesma Aracati já tinha feito um alerta. O abolicionista e republicano Júlio Cesar Fonseca Filho publicou em seu jornal: “-Façamos a República! Fora o rei! Cuidado com o Exército: onde ele predomina, a liberdade é uma mentira”. (ver Nota final).

Dito e feito: militares monarquistas deram um golpe “republicano” que traiu os ideais da república.

Até hoje o Brasil não aprendeu a lição deixada por aqueles cidadãos de Aracati.

Benjamin Constant, mentor e ideólogo do movimento republicano, disse certa vez, de forma profética, que era preciso tomar cuidado com a ignorância no seio do Exército: ela seria uma espada de dois gumes, uma delas pronta para ferir o próprio povo.

Nesta nossa infeliz república bananeira, parece que pouca coisa mudou desde então. As FFAA dirigem suas armas para o “inimigo interno”, ou seja, concidadãos que não se submetem à sua pretensa superioridade moral.

Nota 1: O jornal era o “Barrete Phrygio” (nome do gorro vermelho que se tornou símbolo dos revolucionários franceses). Impresso em papel vermelho, é considerado o primeiro jornal republicano do Brasil. Teve a sua primeira e única edição apreendida e destruída, e o jornalista teve que fugir e se esconder, para não ser preso e levado à força ao front da Guerra do Paraguai.

 

 

Ilusões da República Bananeira

A intelligentsia das repúblicas bananeiras tem grandes esperanças de libertar o seu país de um destino trágico num curto prazo. Talvez por isso alimente algumas ilusões sobre a realidade em que vivem. Por vezes acreditam que parte das elites são nacionalistas, “republicanas” e tem um projeto de nação. Acreditam que existem militares legalistas, que o país pode ter um desenvolvimento soberano e democrático e ser bem aceito pelos países hegemônicos como um forte protagonista no cenário mundial.
No Brasil, embora exista um sociólogo que chamou a atenção para este fato (Jessé de Souza, em “A tolice da inteligência brasileira”), ele não foi levado muito a sério.  A vaidade presente em sua argumentação se chocou com a vaidade do meio acadêmico. Na guerra de egos, uma boa  provocação caiu no limbo.
Parece que a máxima de uma poesia do compositor Aldir Blanc não se confirma: “o tempo vence toda a ilusão” (em Agnus Sei, parceria com João Bosco).
Na maior república bananeira do planeta, a ilusão continua vencendo, e de goleada.
Talvez por isso, quando se fala de um golpe no Brasil, três argumentos que subestimam essa possibilidade são frequentes:
1) as FFAA não entrariam numa aventura;
2) o bozo já não é mais funcional para a elite econômica;
3) Não haveria apoio internacional (leia-se EUA, a quem os milicos brasileiros lambem as botas).
Obs: não citamos aqui o clássico argumento “as instituições estão funcionando”, por ser óbvio o quanto ele é ridículo.
Comecemos por desmontar o último argumento.
Os EUA, com os democratas no poder, não tem interesse na permanência do atual presidente, um sabujo trumpista, o que é uma verdade. Porém isto é só metade da história. A permanência de um ogro no poder é bem conveniente para os interesses geopolíticos e econômicos dos EUA.
O BRICS permanecerá em banho-maria e a manutenção da nossa matriz energética em mãos privadas estará assegurada. O ataque ao meio-ambiente daria aos democratas a chance de continuar com suas condenações retóricas e posar de bom moço para o público interno e externo.
Ora, quanto aliados bizarros o Tio Sam não apoiou ao longo da história?
Se quisessem pôr um fim a este personagem repulsivo que ocupa a presidência, certamente o fariam. A NSA tem material de sobra pra isso (o caso do assassinato da Marielle seria só um exemplo). Se a oposição fosse a tal “terceira via” sonhada pela elite brasileira, o dito cujo já teria sido destroçado.
O fato é que um golpe aqui seria duramente condenado, mas seria funcional para os EUA. O jogo político seria reconfigurado e poderiam surgir alternativas, dependendo do desenlace do putsch.
A resistência da elite econômica ao bozo deve ser lida com muitas reservas. Nos últimos quatro anos empresários, agroexportadores e farialimers aplaudiam efusivamente o presidente nos eventos em que ele participava. Afinal de contas, as reivindicações destas classes foram em grande parte contempladas. O SUS só não foi desmontado por conta da pandemia. No restante, a privatização dos serviços públicos está em pleno andamento.
Nossas elites recuam pensando muito mais na sua imagem perante as elites globais. Se incomodam com o fato de serem vistas como o que são: uma elite colonial caricata. Claro que tem também o cálculo econômico, no risco que poderia trazer para os seus lucros astronômicos. Nestes últimos anos muita coisa sumiu da pauta econômica dos colonistas (termo criado pelo saudoso jornalista Paulo Henrique Amorim). Responsabilidade Fiscal e Risco Brasil, que era o foco de todos os dias, viraram apenas observações um tanto incômodas. Os lucros da elite pouco foram afetados
Deixamos a parte grotesca para o final: o que pensam os militares. No caso, os da ativa, que possuem o comando das tropas. Reza a lenda que militares da ativa não podem se manifestar politicamente. Porém, em tempos de redes sociais, este pensamento fica difícil de ser ocultado. E o que isto revela é que os militares da ativa pensam exatamente igual aos da reserva, que se manifestam sem pudores nas publicações dos clubes militares. Não chega a surpreender, pois todos foram doutrinados pela mesma escola, a mesma formatação foi aplicada ao cérebro de toda a oficialidade.
A insistência em desacreditar as urnas eletrônicas chega a ser impressionante. O discurso hipócrita de “contribuir para aperfeiçoar o sistema” já caiu por terra . É uma clara ação de sabotagem. No caso de uma provável derrota eleitoral desta casta, as portas estariam abertas para o caos de fanáticos e milicianos, hoje fortemente armados pela complacência deliberada das FFAA.
Com o improvável sucesso do “Plano A”, ganhar as eleições dentro das regras, só resta tumultuar e provocar uma virada de mesa. É exatamente isto que está em gestação. Nenhuma carta com milhões de assinaturas vai impedir isto, por mais louvável que seja a iniciativa.
A recusa veemente dos militares em se juntarem ao ato do 7 de setembro é somente para não comprometer a imagem de “isenção” quando tiverem que conter a sedição dos fanáticos e milicianos (incitados e armados pela omissão deliberada dos militares). Afinal, eles estão do mesmo lado. Uns com farda, outro sem.
Talvez este blogueiro esteja delirando. Citando outro verso do compositor Aldir Blanc, “não tenho o vício da ilusão/hoje eu vejo as coisas como são” (Vitória da Ilusão, em parceria com Moacyr Luz).
PS: Muitos leitores poderão achar que este blog está semeando “teorias da conspiração” que em nada ajudam ao processo democrático. É uma questão de perspectiva. Teoria conspiratória seria afirmar que os milicos planejam uma operação Jacarta: um golpe que deixa o trabalho sujo para as milícias. Para saber o que seria isso, sugiro o premiado documentário “O Ato de Matar”, de Joshua Oppenheimer, legendado no youtube. O golpe na Indonésia em 1965 é o sonho dourado do celerado que acha que a ditadura militar deveria ter “eliminado  uns 30 mil”. Na Indonésia foram 500 mil. Se uma barbárie dessa dimensão é algo impensável nos dias de hoje, isto não impede uma versão clean, um método “Jacarta 4.0”. A conferir.

BANANAS TERRORISTAS: UM ALERTA

Em continuidade a publicação anterior: percebemos que o jogo de dissimulação dos militares golpistas (perdão pelo pleonasmo) continua: Um militar reformado condena a realização de ato político no dia do bicentenário da independência; um comandante da ativa volta a  pedir ao TSE o acesso ao código fonte da urna eletrônica que já possuem; avança no Congresso Projeto de Lei que esvazia poder dosGovernadores sobre ocomando das Polícias Estaduais; o serviço de inteligência do governo “vaza” que há risco de atentados terroristas no 7 de setembro, cuja convocação nas redes sociais se dá com a imagem de uma granada  e mm pedido para o “capitão” soltar o pino…O golpe dos generais da maior república bananeira do mundo segue a todo vapor. A grande imprensa finge que não é sério…

O PERIGO DO TERROR MILITAR

Em 1968, a ditadura militar brasileira estava sob forte pressão. Várias manifestações pediam a devolução do poder para os civis e a volta da democracia. Num único dia, 21 de junho, a sexta-feira  sangrenta, 28 manifestantes foram mortos pela repressão.

Em reação à crescente mobilização popular, militares montaram uma operação para realizar atos terroristas. O plano incluía explodir bombas em lojas, bancos e embaixadas para, num ato final, explodir o Gasômetro do Rio de Janeiro e a represa de Ribeirão da Lajes. Seriam milhares de mortos.

O plano era colocar a culpa na oposição. As principais lideranças seriam presas e assassinadas.

Este crime macabro só não foi colocado em prática graças a resistência do Capitão da Aeronáutica Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho (conhecido como Sérgio “Macaco”). Ele se rebelou e impediu este atentado bárbaro.

Nenhum militar foi punido. Somente o heróico capitão, que foi cassado e expulso das forças armadas.

Frustrado o plano terrorista dos militares, logo a seguir foi decretado o Ato Institucional No. 5, que deu poder para que os militares pudessem prender, torturar, cassar e exilar milhares de brasileiros nos anos seguintes.

Em 1981 a história se repetiu.  A sociedade brasileira exigia a volta da democracia mas muitos militares não queriam que o poder voltasse para os civis.

Mais uma vez planejaram uma escalada terrorista para colocar a culpa na oposição. Explodiram bombas em bancas de jornal, na Câmara de Vereadores e na Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro.

O ato final dos militares terroristas seria o atentado no Riocentro, onde vários artistas e mais de vinte mil jovens estavam em um show pela volta da democracia. O plano falhou porque uma das bombas explodiu no carro onde estavam os militares que iriam lançar os explosivos no público. Um sargento morreu na hora e um capitão ficou gravemente ferido.

Os militares abafaram e arquivaram o caso. O sargento foi enterrado com honras de herói e o capitão terrorista se aposentou como coronel.

Em 1986 um outro oficial, um tenente insatisfeito com os salários da carreira militar, planejou explodir bombas em quartéis e na adutora do Guandu. Em vez de ser punido com a prisão e a expulsão do Exército, foi reformado com a patente de capitão. Ele entrou para a política e fez carreira como Deputado.

Em 2018 os militares decidiram apoiá-lo  na eleição para a Presidência da República. Vitoriosos, ocuparam mais de seis mil cargos civis no governo, algo inédito na história do Brasil. No Ministério da Saúde foram os responsáveis pela gestão desastrosa durante a epidemia de Covid 19,  que tirou a vida de milhares de brasileiros.

Agora teremos novas eleições. Para tumultuar o processo democrático,as Forças Armadas  lançam dúvidas sobre as urnas eletrônicas.

Será que os militares, confiantes na impunidade para os seus crimes,  planejam recorrer mais uma vez ao terrorismo?  Para preservar os seus privilégios às custas do sofrimento do povo brasileiro serão capazes de sacrificar vidas inocentes?

O celerado que preside o país, programou para a comemoração do bicentanario da independência, um ato político com intenção golpista. Espera-se que, no dia 7 de setembro próximo, ocorra uma grande manifestação que descambe para a violência aberta. Não é um temor desprovido de razão.

O terror de direita, que já havia atuado em períodos anteriores à ditadura, voltou a agir a partir de janeiro de 1980, coincidindo com o retorno dos anistiados à atividade política. Como aconteceu em 1968, com os ataques do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), e em 1976, com a Aliança Anticomunista Brasileira (AAB), os atentados deste período ficariam impunes. Abaixo, uma lista dos ataques da “direita explosiva” em 1980 e 1981.

1980

  • 18/01 – desativada bomba no Hotel Everest, no Rio, onde estava hospedado Leonel Brizola.
    ·  27/01 – bomba explode na quadra da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, no Rio, durante comício do PMDB.
    ·  26/04 – bomba explode em uma loja do Rio que vendia ingressos para o show de 1º de Maio.
    ·  30/04 – em Brasília, Rio, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Belém e São Paulo, bancas de jornal começam a ser atacadas, numa ação que durou até setembro.
    ·  23/05 – bomba destrói a redação do jornal “Em Tempo”, em Belo Horizonte.
    ·  29/05 – bomba explode na sede da Convergência Socialista, no Rio de Janeiro.
    ·  30/05 – explodem duas bombas na sede do jornal “Hora do Povo”, no Rio de Janeiro.
    ·  27/06 – bomba explode na sede do Sindicato dos Jornalistas, em Belo Horizonte.
    ·  11/08 – bomba é encontrada em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, num local conhecido por Chororó. Em São Paulo, é localizada uma bomba no Tuca, horas antes da realização de um ato público.
    · 12/08 – bomba fere a estudante Rosane Mendes e mais dez estudantes na cantina do Colégio Social da Bahia, em Salvador.
    ·  27/08 – explodem três cartas-bombas no Rio: na OAB, matando a secretária da presidência, Lyda Monteiro; no gabinete de um vereador do PMDB e na redação do jornal “Tribuna da Luta Operária”.
    ·  04/09 – desarmada bomba no largo da Lapa, no Rio.
    ·  08/09 – explode bomba-relógio na garagem do prédio do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, em Viamão.
    ·  12/09 – duas bombas explodem em São Paulo: uma fere duas pessoas em um bar no bairro de Pinheiros e a outra danifica automóveis no pátio da 2ª Cia. de Policiamento de Trânsito no Tucuruvi.
    ·  14/09 – bomba explode no prédio da Receita Federal em Niterói (RJ).
    ·  14/11 – três bombas explodem em dois supermercados do Rio.
    ·  18/11 – bomba explode e danifica a Livraria Jinkings, do ex-deputado e dirigente comunista Raimundo Jinkings, em Belém.
    ·   08/12 – bomba incendiária destrói o carro do filho do ex-deputado Raimundo Jinkings, em Belém.

1981

  •  05/01 – outro atentado a bomba em supermercado do Rio.
    ·  07/01 – bomba explode em ônibus a serviço da Petrobras na Cidade Universitária, no Rio.
    ·  16/01 – bomba danifica relógio público instalado no Humaitá, no Rio.
    ·  02/02 – bomba colocada no aeroporto de Brasília é encontrada antes de explodir.
    · 26/03 – atentado às oficinas do jornal “Tribuna da Imprensa”, no Rio.
    · 31/03 – bomba explode no posto do antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em Niterói (RJ).
    ·  02/04 – atentado a bomba na residência do deputado Marcelo Cerqueira, no Rio.
    ·  03/04 – explosão de uma bomba destrói parcialmente a Gráfica Americana, no Rio.
    ·  28/04 – grupo Falange Pátria Nova destrói, com bombas, bancas de jornais de Belém.
    ·  30/04 – explosão mata um agente do DOI-Codi e fere outro, no momento em que preparavam atentado contra 20 mil pessoal no show de 1° de Maio no Riocentro.
  • FONTE: http://memorialdademocracia.com.br/card/direita-explosiva-faz-ataques-em-serie#card-215

Bananas Traiçoeiras (a arte da dissimulação militar)

Há décadas – desde a campanha da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Itália – que o Brasil não combate em guerras. Apenas esteve em missões de paz ONU e atuou de forma vergonhosa e subserviente na invasão da República Dominicana pelos EUA em 1965. Sem participar de combates efetivos, os atuais comandantes militares brasileiros só conhecem a guerra pelos livros. São estudiosos de estratégias e táticas militares, mas que nunca as colocaram em prática num campo de batalha.

Na falta de um inimigo externo real, praticam os seus conhecimentos contra o que eles chamam de “inimigo interno”. Na verdade, apenas uma desculpa esfarrapada para assegurar a permanência deles no poder e para a garantia de privilégios corporativos negados à maioria da população civil. Este é o verdadeiro objetivo estratégico da “guerra” que eles travam no Brasil, travestidos com uma anacrônica retórica de combate ao comunismo.

Entre as táticas utilizadas, está a dissimulação. Ocultar suas reais intenções para induzir os seus adversários a subestimá-los e incorrer em erros.

Neste mês de julho foram disseminadas (melhor dizer “plantadas”) na imprensa várias notícias com esta finalidade de distração. E esta indução ao erro parece estar surtindo efeito. Lamentavelmente.

Primeiramente, o Ministro da Defesa manifestou-se de forma patética, duvidando da confiabilidade das urnas eletrônicas. A análise superficial diz que foi apenas um reflexo da ambição prosaica das FFAA de tutelar o processo eleitoral, algo inédito na história.  Na verdade, a intenção era muito mais a de desacreditar o STF e TSE perante o fanático eleitorado bolsonarista.

Provocada esta cizânia, vieram outros atos coordenados (que nada têm de aleatórios ou impensados)

– Comandantes militares não vão a encontro com os Embaixadores convocado pelo Presidente que atacou as urnas eletrônicas. Para os analistas de plantão, seria um sinal de que não há da parte deles concordância com o ataque à lisura do processo eleitoral;

– Circula uma notícia de que os militares estariam negociando com o Lula a manutenção do orçamento de suas pastas e as condições privilegiadas da aposentadoria militar. A imprensa viu nisto o avanço na corporação militar de uma aceitação da vitória do Lula;

– Segue-se uma nota conjunta dos comandantes militares em que refutam a existência de divisões internas e reafirmam um respeito, meramente retórico, às regras democráticas;

– É emitida nota da Embaixada dos EUA reafirmando a confiança no processo eleitoral brasileiro. Para a grande imprensa seria um recado aos militares de que o Tio Sam não apoiará um golpe militar;

– São publicadas notas de associações da Polícia Federal e da ABIN afirmando a sua confiança nas urnas eletrônicas;

– Banqueiros e empresários assinam um manifesto pela democracia. Por outro lado, circulam notícias de que setores do agronegócio se aproximam de Lula;

– O Ministro da Defesa comunica que irá assinar uma carta compromisso da OEA de respeito à democracia.

Finalmente, a voz e o pensamento da elite brasileira – os editoriais dos jornalões – passaram a condenar com mais veemência os arroubos golpistas do Presidente. Tudo em consonância com as análises de seus “especialistas”, que afirmam que não existem condições para um golpe. Argumentam que as FFAA não vão entrar numa aventura, que o capital financeiro e industrial também não, o agronegócio estaria se movimentando na mesma direção, uma condenação internacional é tida como certa (leia-se EUA) e as instituições seguirão firmes na defesa do sistema eleitoral (STF e TSE).

Quem não te conhece é que te compra, diz o ditado.

De uma hora para outra, todos os apoiadores que até dias atrás riam e urravam diante das bravatas do Presidente em eventos públicos (dos Faria Limers, do Agronegócio, da FIRJAN, das Associações Comerciais e outros mais), parecem ter mudado de opinião.

Não vamos nos debruçar sobre o oportunismo e hipocrisia da grande imprensa e destes atores políticos “recém-convertidos” (“-Acredite, se quiser”, diria Jack Palance). São apenas as classes frustradas com a “terceira via” que não vingou. E as críticas que fazem ao Presidente são até leves, se comparadas ao massacre midiático que dirigiram à Lula e à Dilma num passado recente. No fundo, eles queriam um Presidente com uma agenda neoliberal igual a do governo atual, mas que respeitasse um mínimo de regras de etiqueta e soubesse comer de garfo e faca.

Bolsonaro se tornou disfuncional. Foi útil para o trabalho de desmonte da seguridade social e trabalhista, da liberação da grilagem e da mineração, do desmonte da regulação estatal. Mas agora ele se tornou um péssimo cartão de visitas para os negócios da elite econômica.

O que vale a pena considerar mais seriamente é aquele personagem que sempre é o fiel da balança numa república bananeira: as Forças Armadas (sempre é bom lembrar que somos a maior República das Bananas do planeta, como já foi dito aqui).

Não é de hoje que o atual presidente expressa claramente as suas intenções golpistas e sugere que terá o apoio das FFAA, das quais é o “comandante supremo”. Para garantir esta fidelidade, ele teria trocado todo o comando militar no ano passado, algo que nunca ocorreu na história da República.

Não há razão para ilusões. Os atuais comandantes militares são bolsonaristas até o último fio de cabelo. Basta ler as diversas manifestações públicas deles, tanto na imprensa quanto nas redes sociais. São limitados cultural e intelectualmente, mas não são burros. Existe sim uma inteligência militar. Não devemos subestimá-los. Sabem muito bem o que fazem. [i]

Se o assunto é política, a palavra dos militares não tem qualquer credibilidade.  E quando reafirmam o compromisso com a legalidade, não tem como deixar de ver nisto um tanto de cinismo e deboche.

Vamos recordar alguns fatos históricos. O primeiro golpe militar do Brasil – a Proclamação da República – foi liderada por marechais monarquistas, que traíram o Imperador. Queriam mais poder para os militares na máquina do Estado.

No livro de memórias de Almino Afonso, sobre o golpe de 1964, o autor reproduz um diálogo de Jango com seus chefes militares. Eles lhe informaram que estava tudo normal, que o risco de sublevação não existia. O chefe da Casa Militar, General Assis Brasil, era um legalista que não tinha acesso aos planos golpistas e foi traído pelos colegas de farda. O mesmo que aconteceria do Chile de Salvador Allende, cujo general legalista Carlos Prats – depois assassinado – acreditava que Pinochet era confiável. Os exemplos são muitos para quem quiser se debruçar sobre este tema.

Os golpistas militares agem nas sombras e dissimulam permanentemente suas intenções.

Os militares sabem que, no mundo de hoje, não há mais espaço para um golpe militar clássico, as típicas quarteladas que infestaram a América Latina nos anos 60/70 do século passado. Para este tipo de golpe, não há qualquer chance de obter apoio dos EUA e das maiores democracias ocidentais.

Também sabem que a continuidade de Bolsonaro é inviável. Ele já cumpriu o papel que lhe cabia e pode ser descartado. Cavalo de Tróia das FFAA, ganhará a impunidade por gratidão pelos serviços prestados. A mesma impunidade que foi dada ao Brigadeiro Burnier, ao Coronel Ustra, para centenas de torturadores e aos terroristas militares do atentado ao Riocentro.

Vamos ao X da questão: O golpe planejado não é para manter Bolsonaro no poder, mas para impedir um novo governo do Lula.

Os militares sabem que teriam o apoio entusiasmado da elite econômica para isso. E, em tese, até mesmo dos EUA. O Partido Democrata repudia a sabujice de Bolsonaro ao Donald Trump, é certo.  Mas também não gosta da ideia de ver um líder com o carisma de Lula de volta ao cenário internacional. Um presidente que fortaleça a soberania nacional e o BRICS, num momento em que a unipolaridade norte-americana está ruindo, é algo que deixa o Tio Sam de cabelo em pé.

Aí vocês podem se perguntar: Como fariam isso sem recorrer a uma clássica quartelada? Ora, em tempos de guerras híbridas, são muitas as alternativas. Articulistas na web já fizeram várias especulações: da cassação do registro do Bolsonaro para dar lugar a uma terceira via até o assassinato do Lula. De todas as teses que circulam, a mais plausível é a que diz que os militares deixarão de forma proposital que Bolsonaro estimule a insurreição de seus seguidores fanáticos e armados. Diante do caos, a s FFAA se apresentariam como garantidoras da Lei e da Ordem.  [ii]

Faz todo sentido. Nos últimos anos assistimos a livre disseminação de armamentos pesados e munição entre a população civil. Foram eliminados inclusive formas de rastreio do uso de munições, além de um relaxamento nas licenças que permitiu até que pessoas com ficha criminal tivessem acesso a estas armas.  Em pouco tempo, os CACs – clubes de colecionadores de armas, atiradores profissionais e caçadores – se multiplicaram e adquiriram um poder de fogo inimaginável. E isto não se deu por irresponsabilidade, incompetência ou negligência das FFAA: era este mesmo o plano. [iii]

No momento em que este artigo está sendo escrito, realiza-se em Brasília a 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas. Uma insólita coincidência.  Na abertura, o ministro da Defesa do Brasil, bolsonarista roxo, anunciou que ao final do encontro será assinada uma declaração em que será reafirmado o compromisso com a “Carta Democrática Interamericana, e seus valores, princípios e mecanismos”, da Organização dos Estados Americanos, OEA.

Curiosamente, a mesma OEA que, de forma quase pornográfica, avalizou o golpe na Bolívia com base numa falsa acusação de fraude eleitoral, desencadeada por grupos armados de extrema-direita e motins das polícias. Após um ano, o golpe fracassou. Inicialmente conseguiu afastar a esquerda do poder, mas as eleições lhe devolveram o mandato.

A guerra híbrida teve sucesso em Honduras, no Paraguai, no Brasil e na Bolívia. Porém, com exceção do Paraguai, foram vitórias efêmeras. As últimas eleições no continente demonstram que esta estratégia já não funciona mais. Até a antes inexpugnável Colômbia surpreendeu. Uma versão 4.0 do “método Jacarta” está em elaboração. [iv]

Se a oposição e os movimentos populares não se anteciparem, uma intentona golpista acontecerá. No dia 7 de setembro ou no dia 2 de outubro, com consequências imprevisíveis e alto risco de derramamento de sangue.

Teoria da conspiração? O tempo dirá.

Conhecemos este filme e o seu final. Sabemos o que eles fizeram no verão passado.

Charge do genial André Dahmer:

PS: No momento em que este artigo era finalizado, um jornalista do UOL –  outro reconvertido que difundiu falácias num verão passado, não devemos esquecer – foi muito feliz ao demonstrar a tática de dissimulação dos militares: https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2022/07/28/nao-caiam-na-conversa-do-general-sua-declaracao-e-golpista-nao-garantista.htm

[i] A nota do General Luiz Eduardo Rocha Paiva expressa bem o pensamento do generalato brasileiro https://jornalggn.com.br/politica/eleicoes-politica/a-comprovacao-dos-propositos-golpistas-do-ministro-da-defesa/

[ii] Um bom resumo destas especulações pode ser lida no artigo de Manuel Domingos Neto : https://www.brasil247.com/blog/futuro-duvidoso

[iii] Alguns artigos publicados recentemente na grande imprensa são preocupantes: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2022/07/26/cacs-ja-superam-total-de-pms-e-de-integrantes-das-forcas-armadas-em-todo-o-pais.htm

https://oglobo.globo.com/politica/acao-coordenada-por-grupos-bolsonaristas-no-telegram-no-whatsapp-impulsionou-postagens-contra-moraes-nas-redes-sociais-24410853

[iv] Jacarta, capital da Indonésia, denomina o método que em 1996 embasou um golpe brutal e um genocídio sem precedentes pelas mãos de militares e milícias. Para saber mais sobre o método Jacarta é imperdível ver o premiadíssimo documentário “O Ato de Matar”, disponível no Youtube. Aquele país se tornou o “paraíso das milícias”. Também é o título de um livro recentemente lançado no Brasil : https://outraspalavras.net/historia-e-memoria/o-metodo-jacarta-outra-historia-da-guerra-fria)

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