2026: Ano do grande confronto

 

Muita expectativa sobre a reunião de Lula com Trump na Malásia neste final de semana. Não pelo que sairá de concreto dessa conversa, mas pelo que ela sinalizará. A grande imprensa – porta-voz da elite econômica do país – se dedicará a cobrir o que ela chama de “normalização das relações” entre os dois países.

Na aparência, o debate será sobre tarifas, investimentos, regulação econômica. A nossa elite neocolonial não tem projeto para o país, nada além da vontade de multiplicar os seus próprios ganhos. Quer apenas fazer bons negócios com o mercado norte-americano. Na essência, o que realmente estará em jogo é até que ponto o governo brasileiro aceitará abrir mão de sua soberania. E até que ponto os EUA nos querem submetidos à sua esfera de influência.

Não teremos respostas claras nem definitivas. Apenas declarações diplomáticas escorregadias, mensagens subliminares, ameaças dissimuladas, promessas de concessões que talvez nunca sejam cumpridas, saudações cordiais mais falsas do que nota de 3 dólares.

Mas é possível arriscar um resultado: Lula poderá capitalizar uma trégua na guerra tarifária, reafirmar que não é inimigo do ocidente, que Brasil e EUA sempre foram ótimos parceiros e não há porque deixar de continuar a ser assim. E Trump, em seu transtorno narcísico, poderá capitalizar como uma vitória o movimento agressivo que fez. Dirá o que sempre tem dito: ninguém quer ser inimigo dos EUA e todos tem que aceitar negociar nos termos deles. Provavelmente ambos terão louros para exibir para as suas plateias.

Declarações tão elogiosas quanto cínicas não esconderão o fato de que o Império decadente do norte jogará pesado para garantir que seus testas de ferro controlem o que consideram o seu quintal. No próximo ano, em razão das eleições para a presidência e parlamento, viveremos o ápice do nosso embate com o neofascismo e o novo projeto de Reich (o MAGA).

Bom lembrar que estas conversas na Malásia irão ocorrer sob a sombra uma ação cirúrgica iminente na Venezuela, com o possível assassinato de Maduro e outras lideranças locais que a CIA identificar como alvos relevantes. Dessa forma os EUA creem que provocarão uma reorganização interna do núcleo de poder e buscarão um novo interlocutor que se ajoelhe. E mandarão um recado aos que ousam defender a soberania nacional de seus países na América Latina.

Então pode ser que o encontro Lula-Trump não termine neste falso clima de “é namoro ou amizade”. Nos últimos dias começou uma escalada de agressão sem tamanho ao presidente da Colômbia, cujas eleições serão em maio (as do Brasil em outubro). Talvez ainda não seja agora mas, em algum momento, o big stick se voltará contra o Brasil.

Por isso os quinta-colunas do patropi estão alvoroçados. Mesmo que um tanto frustrados por não terem conseguido a liberdade de seu líder, trabalham obstinadamente para dar um novo golpe na democracia. O ano eleitoral dará o cenário que os neofascistas desejam. O apoio que não tiveram no 8 de janeiro de 2024 poderá vir no ano que vem.

As movimentações estão adiantadas. O Centrão se desgarrou de vez da base de apoio do governo e vai se alinhar com os neofascistas. Os clãs de parlamentares que dependem da miséria do povo – para manter seus feudos eleitorais com políticas assistencialistas e demagógicas – escolheram o lado que melhor lhes convêm. E trabalham agora para derrotar qualquer pauta legislativa que turbine programas sociais.

O STF virou o grande alvo da disputa, antes mesmo da definição da nova composição do Senado, casa onde o neofascismo pretende conquistar a hegemonia na próxima legislatura. O autodeclarado neoiluminista pediu pra sair. Apresentou, obviamente, uma desculpa esfarrapada cheia de pompa. O fato é que precisa recuperar o visto para tocar seus empreendimentos nos EUA. Jogada claramente articulada. Não por acaso, o candidato a Carl Schmitt dos trópicos, após tirar a máscara e expor o seu alinhamento ao neofascismo, pediu para mudar de turma. Como bom arrivista que sempre foi, dispensa a dissimulação na hora que lhe convém. E assim vai garantir uma maioria neofascista em metade do STF. Além disso, quando do julgamento dos recursos, poderá fazer um novo teatro em defesa de seu protegido. Por razões que desconhecemos (vistos?), os colegas de toga cederam (poderiam ter impedido). E a aprovação do novo nome para o STF tende a ser tensa.

O ano de 2026 vai ser pura pancadaria.

MAGA, o novo Reich

Moeda do último imperador romano e projeto de moeda do imperador ianque.

É sempre bom recordar que aquilo que chamamos de democracia existiu apenas em alguns momentos da história da humanidade e circunscrita a alguns territórios. Na Cidade Estado de Atenas até a ocupação macedônia, na República Romana que antecedeu o império e, após a revolução francesa, aquela que floresceu em alguns países ocidentais e chamada de democracia liberal. Em todas essas experiências históricas houve exclusões (mulheres, escravizados, estrangeiros, negros, pobres, analfabetos, etc.). Na maior parte das vezes o que existiu foi uma democracia limitada, legitimada pela existência de eleições periódicas, restritas, nem sempre justas, algumas vezes fraudulentas.

O modelo de democracia liberal aperfeiçoou-se após as grandes guerras, no contexto da guerra fria, em oposição à URSS. Ampliou-se o sufrágio universal. O chamado estado de bem estar social expandiu-se, ainda que restrito às antigas metrópoles coloniais na maioria dos casos. Um eficaz sistema de solução de conflitos, com liberdade de organização e expressão, legitimado por eleições regulares, porém com sutis salvaguardas para impedir que a hegemonia dos que detém o poder econômico fosse ameaçada.

A queda da república soviética incitou teorias mirabolantes, desde a do “fim da história” até a de uma “onda democratizante” inexorável. A ciência política ianque saudava com entusiasmo essa suposta consolidação democrática e deslocava o debate para o que seria a discussão da “qualidade” das diferentes democracias, inspirado pelo engenhoso modelo analítico da Poliarquia de Robert Dahl.

Só que, neste contexto, triunfou no campo econômico o neoliberalismo predatório da Escola de Chicago, filhotes da escola austríaca de Mises e Hayek, impulsionado por Ronald Reagan e Margareth Thatcher com o seu lema “ não há outra alternativa”. Parafraseando o velho Marx, podemos dizer que os vitoriosos da guerra fria – os democratas liberais – criaram os seus próprios coveiros. A desigualdade social intensificou-se brutalmente e, após a crise de 2008, assistimos a uma ascensão de políticos autocratas pelo mundo, nomeadas pelo impreciso e inútil conceito de “populismo”. Melhor seria denominá-los como ur-fascistas, o fascismo trans-histórico que Umberto Eco desnudou: práticas autoritárias que, ao manipular questões morais, são armas na defesa dos privilégios daqueles que se apropriam das riquezas materiais da sociedade.

Como já havia alertado o filósofo francês Paul Ricouer, a democracia é frágil. O dramaturgo alemão Bertold Brecht avisou que a derrota do nazismo nunca seria definitiva, pois a cadela do fascismo permaneceria sempre no cio. Primo Levi, sobrevivente do holocausto, também deixou o seu aviso: cada geração tem o seu fascismo para enfrentar.

Estamos agora diante da ascensão do fascismo do nosso tempo, capitaneado pelo führer  Donald Trump e seu projeto de reich, o MAGA. Um movimento do supremacismo branco que muito provavelmente levará o mundo a uma nova tragédia. Não se trata de sermos fatalistas. Mas a experiência histórica nos leva a essa conclusão.

Grosso modo, há duas proposições sobre como enfrentar o momento que estamos vivendo. Há os que acreditam que ainda é possível barrar o avanço do neofascismo. Outros veem que, apesar da necessária resistência, a derrocada da democracia ocidental é inevitável, o que nos levará a algumas décadas de trevas.

O intelectual italiano Franco Berardi está entre os mais pessimistas. Ele recorre à metáfora da avalanche. Diz que quando ela está em formação, ainda é possível contê-la. Mas depois que ela começa não há muito o que ser feito. O que estiver no caminho dela será destruído. Só nos resta tentar sobreviver, buscar refúgio em locais seguros, construir abrigos, se preparar para tempos difíceis e se organizar para a reconstrução num cenário de terra arrasada. Berardi é pessimista porque enxerga uma esquerda perdida e acuada, que não tem demonstrado ser capaz de oferecer novas utopias.

A avalanche está se formando ou já começou? Essa é a questão cuja resposta logo saberemos. Se está difícil ser otimista, ainda é possível cultivar a esperança de que encontraremos uma alternativa.

O führer Trump não aceita ser derrotado e é obstinado. O que ele não conseguiu no primeiro mandato, o poder absoluto, tentará conquistar até o final de 2026, a qualquer custo. Já dominou a suprema corte, que tem anulado os atos de resistência das instâncias inferiores. As eleições de meio de mandato no próximo ano serão decisivas para Trump dominar de vez o Congresso. Mapas de votantes nos distritos já estão sendo manipulados e articula-se a proibição de voto pelos correios. Tudo para obter uma subordinação total das instituições estatais ao seu poder autocrático. Não medirá as consequências de seus atos para alcançar este objetivo. Cortou financiamentos de universidades, ameaça censurar meios de comunicação que considera hostis. De forma inédita, fez uso da Força Nacional de Segurança em grandes redutos democratas (Los Angeles, Chicago, Washington DC e, talvez em breve, Nova Iorque). Tanto interna quanto externamente, usa a desculpa de combater o crime comum, que é uma bandeira de grande apelo popular. Classifica como terroristas o tráfico internacional de drogas e movimentos antifascistas.

Por sofrer de um sério transtorno narcísico, o führer Trump se arrisca a meter os pés pelas mãos e sofrer um revés. Há quem aposte na sua morte, pois a saúde dele estaria seriamente debilitada. No entanto, mesmo que isso ocorra, o jovem vice-presidente J.D. Vance foi escolhido com cuidado para garantir a continuidade do Project 2025 em qualquer eventualidade. Trata-se do projeto de transição presidencial elaborado pela Heritage Foundation para o Partido Republicano e que está em plena execução. Visa dar um poder absoluto para o Presidente implementar uma segunda Revolução Americana, que permanecerá “sem derramamento de sangue se a esquerda permitir” (palavras do presidente da Fundação Heritage). E não faltarão Carls Schmidts para criar um teoria jurídica que legitime esse poder autocrático. Relembrando Marx, as farsas se repetem ao longo da história.

Os democratas dos EUA – considerados como a “esquerda” naquelas bandas – enfrentam um adversário sem quaisquer escrúpulos. E há sérias dúvidas de que são capazes de virar o jogo. Não entendem que o tabuleiro foi quebrado e as regras rasgadas. Trump já demonstrou que pode estimular à violência política aberta, que será capaz de provocar uma guerra civil se isso for necessário para afirmar o seu poder. O recente assassinato do jovem líder neofascista esteve a ponto de deflagrar uma onda de violência política sem precedentes. Os EUA poderão em breve promover a sua “noite das facas longas”. Se nem um ex-aliado belicista e supremacista como John Bolton foi poupado, os democratas de lá podem se preparar para o pior dos mundos.

Para o restante do mundo, o que muda é apenas a aparência. Trump autorizou a CIA e a NSA abertamente a sabotarem os países que não se submetam. Algo que os democratas sempre fizeram, porém com discrição, e sem exibir o seu big stick sem qualquer pudor.

Uma ação militar cirúrgica na Venezuela parece que já está decidida. Maduro talvez venha a ser o Sulaimani da vez. No longo prazo, tem tudo para dar errado. Mas o que importa para o Tio Sam neste momento é dar o seu recado para os sulamericanos: “-Vocês são o nosso quintal, portanto, submetam-se!”

Que ninguém se engane: as “conversas produtivas” com o Brasil sobre o tarifaço é uma grande escaramuça. Podem ter descartado o clã de idiotas, mas não desistirão de atuar para que um fantoche servil seja eleito no ano que vem. E eles têm aliados: parlamentares que se vendem por qualquer punhado de dólares e militares especialistas em terraplanagem para recepcionar golpistas. Como afirmamos em postagem anterior, não faltam quinta-colunas dispostos  a servir ao MAGA-Reich.

O Império vai contra-atacar

Há um misto de ingenuidade e otimismo exagerado nas interpretações correntes sobre as palavras que Donald Trump dirigiu ao Lula desde a Assembleia da ONU. Apesar de Trump ser um notório falastrão, cujas palavras não valem um dólar furado, ele ainda consegue fomentar o auto-engano naqueles que se deixam levar pelo “wishfull thinking”.

O fato é que havia a expectativa do Tio Sam de que o Brasil se ajoelharia facilmente diante das represálias tarifárias e da Lei Magnitsky, sem oferecer grandes resistências. Sim, subestimaram a capacidade política do governo brasileiro, do STF e da nossa diplomacia para defender a soberania nacional. Os neofascistas dos EUA confiaram nas informações fornecidas por interlocutores cuja burrice é estonteante. Por conta disso, deram com os burros n’água. Prejudicaram grandes setores econômicos do próprio país. Não devem largar totalmente na estrada os lambe-botas servis mas já perceberam que o Dudu Bananinha e o neto de ditador não passam de idiotas úteis.

Trump, que não é burro, aplicou um freio de arrumação. Do alto de seu “complexo de superioridade”, fez afagos ao Lula e encaminhou para o seu subordinado radical – que não tem nenhuma química com o Lula – a tarefa de desenrolar as negociações.

Que ninguém se engane: Trump não desistirá da capitulação do Brasil. O teor do discurso do Lula na Assembleia da ONU pouco significa para ele. Não temos poderio bélico nem arsenal nuclear. Nossa infraestrutura tecnológica é totalmente dependente. Somos reféns da “nuvem” das bigtechs. Se quiserem, podem minar a nossa economia, não somente com tarifas e sanções, mas com ataques cibernéticos e outras sabotagens.

O anunciado encontro presencial para breve é mera tática diversionista. Trump deve oferecer ao Lula uma rendição honrosa. Será o maior desafio que o hábil negociador sindical terá na sua vida. Aliás, de Lula há uma frase sábia, que desnudou o lugar comum dos manuais de negociações: “-não existe negociação ganha-ganha; existe o que ganha e o que finge que também ganha”. A vitória que conta não é o resultado material em si, mas o ganho estratégico obtido.

Talvez o Brasil possa obter recuos em sanções e tarifas. Há concessões fáceis para eles, já que empresas poderosas dos EUA estão amargando perdas significativas. É possível que obtenha a promessa de investimentos tecnológicos para exploração de minerais estratégicos do interesse deles. Mas a cereja do bolo, o alinhamento geopolítico não será resolvido na mesa de negociações: eles nos querem fora do BRICS.

Por isso, mesmo que ocorra alguma normalização superficial nas relações diplomáticas e comerciais, os ataques prosseguirão. Sejam através de ações de força, intimidatórias ou desestabilizadoras, ou com as armas da guerra híbrida. Não deixarão de interferir para eleger um capacho para a Presidência do nosso país no ano que vem. Nos veem como o seu quintal e de tudo farão para minar a nossa soberania.

Por essa razão, a tarefa número um é isolar e derrotar os quinta-colunas que atuam em nosso país.

A expressão “quinta-coluna” teve origem na guerra civil espanhola (1936-1939). O general fascista Emilio Mola cercou a capital Madri, então sob controle dos democratas republicanos, com quatro colunas militares. Naquela oportunidade disse que contava com o apoio de uma “quinta coluna” que atuava dentro da cidade, os fascistas apoiadores do general Franco que sabotavam a resistência interna, com a difusão de boatos e atos terroristas. A expressão passou a ser usada nos anos seguintes para denominar os que colaboravam com a invasão nazista em seus países. Hoje, é usada para os traidores da pátria, aqueles que atuam contra o próprio país para favorecer agressores estrangeiros.

Como já comentamos em outra postagem, décadas de soft power dos EUA colonizaram mentes por todo o planeta. Tal como os nazifascistas do século XX, esse neofascismo mobiliza hoje os seus quinta-colunas em todas as nações.

(…)Somos os camisas verdes no Brasil, os camisas pretas na Inglaterra, os camisas azuis na França!…Anauê! Anauê! …As cidades nos uniram! Somos os Camisas Cáquis nos Estados Unidos, os Camisas Douradas no México, os Camisas Amarelas na China!…(fala de Castro Cott, personagem integralista da peça teatral  “Rasga Coração”, de Oduvaldo Viana Filho).

No caso do Brasil, sempre foram muitos os quinta-colunas entre nós. É algo que vem de longe. O integralismo foi um movimento de grande alcance no Brasil. Seus herdeiros ideológicos seguem atuantes e barulhentos, hoje na forma do bolsonarismo, com uma ampla hegemonia entre os militares das diferentes forças. Uma legião pronta para servir aos interesses de uma nação estrangeira acreditando na estúpida tese de que isso pode ser o melhor para o nosso país. 

O ataque dos EUA ao Brasil é somente uma das batalhas da guerra em curso no mundo. Uma guerra em fase inicial, com ações claras de beligerância, que ainda não descambou para confrontos militares mais amplos.

O neofascismo mundial declarou guerra à democracia ocidental. Estão unidos e articulados com um mesmo objetivo. O excepcionalismo, o denominado destino manifesto dos EUA se configura como o nazifascismo do século XXI. Trump é o novo führer e o MAGA é o novo projeto de reich.

Também não devemos nos enganar com aqueles que enaltecem uma suposta “robustez” da democracia brasileira. Nossa democracia é frágil, e não sucumbiu por uma conjunção de fatores favoráveis. Se Trump, e não Biden, estivesse ocupando a presidência dos EUA? A maioria dos comandantes militares teria aderido ao golpe? E se Fux estivesse no lugar do Alexandre de Moraes? Se não tivesse tido a Vaza jato, Lula teria sido libertado? A velha sabedoria maquiaveliana nos demonstra que os democratas tiveram uma boa dose de virtu para se aproveitar de um momento de fortuna.

Portanto, é bom deixar as barbas de molho. A guerra está só começando.

Sobre bananas e aviões

Em 1979, Jaime Roldós Aguilera foi democraticamente eleito presidente do Equador, interrompendo uma sequência de governos militares. Ele se opôs aos interesses de petrolíferas norte americanas e foi acusado pelo então presidente Ronald Reagan de se aproximar da URSS. Em 1981 morreu num “acidente” de avião. Houve quem dissesse que havia uma bomba escondida num gravador que carregava consigo. Caso abafado e relegado para o rol das teorias conspiratórias.

Pouco depois, Omar Efraín Torrijos Herrera, o presidente do Panamá que negociou com Jimmy Carter o retorno do canal para o próprio país – soberania que Trump deseja reverter – também morreu num acidente aéreo. Torrijos negociava como o Japão uma ampliação do Canal do Panamá, quando Reagan assumiu e manifestou indignação com a entrega do Canal aos panamenhos pelo governo democrata. Há documentos que contém fortes indícios de uma bomba detonada no voo.

Há uma ampla literatura sobre esses dois acidentes, com fortes evidências de que teriam sido perpetrados pela CIA.

Ademais há um vasto inventário de mortes de lideranças democratas em acidentes, não somente aéreos, mas também casos de possível envenenamento, mortes súbitas supostamente de causas naturais e acidentes automobilísticos. Em alguns casos, tudo indica que foram fatalidades mesmo. Mas em outros é gritante a coincidência das fatalidades mal explicadas terem acontecido num momento em que as vítimas ameaçavam profundamente os interesses dos EUA.

Os EUA só não tiveram sucesso com Fidel Castro, o maior alvo de tentativas de assassinato pela CIA. Há dúzias de documentos oficiais que comprovam a existência de vários planos fracassados. De acordo com a Inteligência Cubana, forma centenas, conforme o livro 638 Ways to Kill Castro, de Fabián Escalante.

Após três sustos em viagens aéreas, Lula deveria, urgentemente, pedir à Cuba uma cooperação técnica para se prevenir. CIA e MOSSAD não brincam em serviço. Sem falar que boa parte da tecnologia de navegação aérea é de origem israelense.

Ranald Reagan hoje seria considerado um gentleman. Fascistas – como Trump e Netanyahu – não tem limites.