BANANAS TERRORISTAS: UM ALERTA

Em continuidade a publicação anterior: percebemos que o jogo de dissimulação dos militares golpistas (perdão pelo pleonasmo) continua: Um militar reformado condena a realização de ato político no dia do bicentenário da independência; um comandante da ativa volta a  pedir ao TSE o acesso ao código fonte da urna eletrônica que já possuem; avança no Congresso Projeto de Lei que esvazia poder dosGovernadores sobre ocomando das Polícias Estaduais; o serviço de inteligência do governo “vaza” que há risco de atentados terroristas no 7 de setembro, cuja convocação nas redes sociais se dá com a imagem de uma granada  e mm pedido para o “capitão” soltar o pino…O golpe dos generais da maior república bananeira do mundo segue a todo vapor. A grande imprensa finge que não é sério…

O PERIGO DO TERROR MILITAR

Em 1968, a ditadura militar brasileira estava sob forte pressão. Várias manifestações pediam a devolução do poder para os civis e a volta da democracia. Num único dia, 21 de junho, a sexta-feira  sangrenta, 28 manifestantes foram mortos pela repressão.

Em reação à crescente mobilização popular, militares montaram uma operação para realizar atos terroristas. O plano incluía explodir bombas em lojas, bancos e embaixadas para, num ato final, explodir o Gasômetro do Rio de Janeiro e a represa de Ribeirão da Lajes. Seriam milhares de mortos.

O plano era colocar a culpa na oposição. As principais lideranças seriam presas e assassinadas.

Este crime macabro só não foi colocado em prática graças a resistência do Capitão da Aeronáutica Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho (conhecido como Sérgio “Macaco”). Ele se rebelou e impediu este atentado bárbaro.

Nenhum militar foi punido. Somente o heróico capitão, que foi cassado e expulso das forças armadas.

Frustrado o plano terrorista dos militares, logo a seguir foi decretado o Ato Institucional No. 5, que deu poder para que os militares pudessem prender, torturar, cassar e exilar milhares de brasileiros nos anos seguintes.

Em 1981 a história se repetiu.  A sociedade brasileira exigia a volta da democracia mas muitos militares não queriam que o poder voltasse para os civis.

Mais uma vez planejaram uma escalada terrorista para colocar a culpa na oposição. Explodiram bombas em bancas de jornal, na Câmara de Vereadores e na Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro.

O ato final dos militares terroristas seria o atentado no Riocentro, onde vários artistas e mais de vinte mil jovens estavam em um show pela volta da democracia. O plano falhou porque uma das bombas explodiu no carro onde estavam os militares que iriam lançar os explosivos no público. Um sargento morreu na hora e um capitão ficou gravemente ferido.

Os militares abafaram e arquivaram o caso. O sargento foi enterrado com honras de herói e o capitão terrorista se aposentou como coronel.

Em 1986 um outro oficial, um tenente insatisfeito com os salários da carreira militar, planejou explodir bombas em quartéis e na adutora do Guandu. Em vez de ser punido com a prisão e a expulsão do Exército, foi reformado com a patente de capitão. Ele entrou para a política e fez carreira como Deputado.

Em 2018 os militares decidiram apoiá-lo  na eleição para a Presidência da República. Vitoriosos, ocuparam mais de seis mil cargos civis no governo, algo inédito na história do Brasil. No Ministério da Saúde foram os responsáveis pela gestão desastrosa durante a epidemia de Covid 19,  que tirou a vida de milhares de brasileiros.

Agora teremos novas eleições. Para tumultuar o processo democrático,as Forças Armadas  lançam dúvidas sobre as urnas eletrônicas.

Será que os militares, confiantes na impunidade para os seus crimes,  planejam recorrer mais uma vez ao terrorismo?  Para preservar os seus privilégios às custas do sofrimento do povo brasileiro serão capazes de sacrificar vidas inocentes?

O celerado que preside o país, programou para a comemoração do bicentanario da independência, um ato político com intenção golpista. Espera-se que, no dia 7 de setembro próximo, ocorra uma grande manifestação que descambe para a violência aberta. Não é um temor desprovido de razão.

O terror de direita, que já havia atuado em períodos anteriores à ditadura, voltou a agir a partir de janeiro de 1980, coincidindo com o retorno dos anistiados à atividade política. Como aconteceu em 1968, com os ataques do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), e em 1976, com a Aliança Anticomunista Brasileira (AAB), os atentados deste período ficariam impunes. Abaixo, uma lista dos ataques da “direita explosiva” em 1980 e 1981.

1980

  • 18/01 – desativada bomba no Hotel Everest, no Rio, onde estava hospedado Leonel Brizola.
    ·  27/01 – bomba explode na quadra da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, no Rio, durante comício do PMDB.
    ·  26/04 – bomba explode em uma loja do Rio que vendia ingressos para o show de 1º de Maio.
    ·  30/04 – em Brasília, Rio, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Belém e São Paulo, bancas de jornal começam a ser atacadas, numa ação que durou até setembro.
    ·  23/05 – bomba destrói a redação do jornal “Em Tempo”, em Belo Horizonte.
    ·  29/05 – bomba explode na sede da Convergência Socialista, no Rio de Janeiro.
    ·  30/05 – explodem duas bombas na sede do jornal “Hora do Povo”, no Rio de Janeiro.
    ·  27/06 – bomba explode na sede do Sindicato dos Jornalistas, em Belo Horizonte.
    ·  11/08 – bomba é encontrada em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, num local conhecido por Chororó. Em São Paulo, é localizada uma bomba no Tuca, horas antes da realização de um ato público.
    · 12/08 – bomba fere a estudante Rosane Mendes e mais dez estudantes na cantina do Colégio Social da Bahia, em Salvador.
    ·  27/08 – explodem três cartas-bombas no Rio: na OAB, matando a secretária da presidência, Lyda Monteiro; no gabinete de um vereador do PMDB e na redação do jornal “Tribuna da Luta Operária”.
    ·  04/09 – desarmada bomba no largo da Lapa, no Rio.
    ·  08/09 – explode bomba-relógio na garagem do prédio do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, em Viamão.
    ·  12/09 – duas bombas explodem em São Paulo: uma fere duas pessoas em um bar no bairro de Pinheiros e a outra danifica automóveis no pátio da 2ª Cia. de Policiamento de Trânsito no Tucuruvi.
    ·  14/09 – bomba explode no prédio da Receita Federal em Niterói (RJ).
    ·  14/11 – três bombas explodem em dois supermercados do Rio.
    ·  18/11 – bomba explode e danifica a Livraria Jinkings, do ex-deputado e dirigente comunista Raimundo Jinkings, em Belém.
    ·   08/12 – bomba incendiária destrói o carro do filho do ex-deputado Raimundo Jinkings, em Belém.

1981

  •  05/01 – outro atentado a bomba em supermercado do Rio.
    ·  07/01 – bomba explode em ônibus a serviço da Petrobras na Cidade Universitária, no Rio.
    ·  16/01 – bomba danifica relógio público instalado no Humaitá, no Rio.
    ·  02/02 – bomba colocada no aeroporto de Brasília é encontrada antes de explodir.
    · 26/03 – atentado às oficinas do jornal “Tribuna da Imprensa”, no Rio.
    · 31/03 – bomba explode no posto do antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em Niterói (RJ).
    ·  02/04 – atentado a bomba na residência do deputado Marcelo Cerqueira, no Rio.
    ·  03/04 – explosão de uma bomba destrói parcialmente a Gráfica Americana, no Rio.
    ·  28/04 – grupo Falange Pátria Nova destrói, com bombas, bancas de jornais de Belém.
    ·  30/04 – explosão mata um agente do DOI-Codi e fere outro, no momento em que preparavam atentado contra 20 mil pessoal no show de 1° de Maio no Riocentro.
  • FONTE: http://memorialdademocracia.com.br/card/direita-explosiva-faz-ataques-em-serie#card-215