Mal esperaram 24 horas após o encontro Lula-Trump. O opção preferencial pela guerra híbrida já estava decidida antes mesmo da reunião entre os presidentes.
Trump subestimou Lula e as instituições brasileiras. Tomou decisões baseadas unicamente em critérios ideológicos. Seus principais asseclas deram crédito a uma dupla de idiotas. Imaginavam que, tal como o Panamá, o Brasil se dobraria facilmente. Por fim, se deu conta que estava prejudicando empresas do próprio país e que os seus interlocutores não eram somente sabujos, mas também uns imbecis inúteis.
Trump percebeu que Lula não é um Maduro (isolado no ocidente), nem um Milei (um desesperado de pires na mão), muito menos um Zelensky (um fantoche “sem cartas na mão”).
Como já dissemos aqui, Trump optou por aplicar um freio de arrumação. Entendeu que, gostando ou não, está lidando com um jogador que sabe usar as poucas cartas que tem. Achava que, como exímio jogador de pôquer, engabelaria com facilidade o jogador do lado de cá. A essa altura, deve estar tentando dominar as regras do nosso popular truco. Porque ainda tem o que aprender na arte de blefar.
Mesmo com todo o seu poderio econômico e militar, Trump teve que ceder a uma negociação civilizada. Percebeu que apenas exibir o porrete, o seu grande big stick, pode não ser a melhor estratégia para retomar o controle do que vê como o seu quintal.
Apostar na guerra híbrida voltou a ser a melhor escolha. Deve ter se lembrado do rival Obama que, enquanto dizia “-Lula é o cara”, colocava a NSA e a CIA para trabalhar.
E rapidamente testemunhamos uma primeira ação. O Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro promoveu uma operação policial – a mais letal da história – para combater um suposto “narcoterrorismo”.
Impossível não ver a “coincidência” – que nada tem nada de coincidência – da promoção de ataques espetaculares ao que o Secretário de Segurança do RJ chama enfática e repetidamente de “narcoterrorismo”. A mesma desculpa que Trump usa para atacar a soberania de governos sulamericanos que não lhe agradam, como a Venezuela e a Colômbia.
A partir de agora o jogo fica mais complexo e, principalmente, perigoso. O circo está armado para que o tema “segurança pública”, assunto no qual a esquerda costuma se atrapalhar, paute o debate eleitoral.
A batalha de 2026 já começou.