A vitória de Trump provocou orgasmos múltiplos nos neofascistas brasileiros que já se veem como vitoriosos no pleito de 2026. Podem inclusive tentar um outro putch antes mesmo do calendário eleitoral. Se os nossos democratas não corrigirem as suas estratégias, é bem provável que isto venha a ocorrer. E por duas razões: pelo apoio internacional que a milicada golpista (me perdoem o pleonasmo) poderá ter, e pela cumplicidade da nossa fétida elite neocolonial.
Em paralelo à eleição de Trump, soubemos de novas revelações sobre a intentona golpista de 8 de janeiro. Os Kids Pretos – uma espécie de SS do exército brasileiro – tinham a incumbência de sequestrar o Alexandre de Moraes e o presidente recém-empossado. Muito provavelmente seriam assassinados, dado o histórico deplorável dos militares bananeiros. Recentemente, com uma nota de um cinismo atroz, afirmaram que o que houve em 8 de janeiro foram apenas atos isolados de indisciplina.
Então, nas mãos do Procurador-Geral da República, está a principal decisão a ser tomada, sem postergar mais: indiciar sem dó a cúpula golpista, para que o STF avance na punição dos arquitetos do plano. Se não o fizer, o caminho dos golpistas estará pavimentado. O mesmo se dará se o Congresso avançar em qualquer tipo de anistia para a canalha golpista.
Dentro de poucos meses o governo Trump vai mostrar as suas garras para nós. O tempo é curto para demarcar claramente o nosso território e a nossa soberania. Sabemos do que o Tio Sam é capaz.
Da nossa elite bananeira não há muito o que se esperar. Um de seus jornais teve a indecência de dar espaço para o líder golpista posar de defensor da democracia. Algo de dar náuseas em qualquer cidadão minimamente comprometido com uma sociedade democrática. Ademais, os “especialistas” da grande imprensa vivem apresentando argumentos “técnicos” para clamar por corte nos gastos sociais, altas nas taxas de juros pornográficas, pedem uma nova reforma da previdência e, agora, agem contra a redução da jornada de trabalho. Até o pseudo-liberais que se dizem capazes de comer de garfo e faca mostram a sua verdadeira face. O Instituto Libertas, do Partido Novo, divulgou vagas de trabalho sem remuneração. Enfim, essa é a nossa elite bananeira, neocolonial e neoescravocrata. Os argumentos que usam não diferem muitos daqueles usados no século XIX.
Pra bom entendedor: bancam qualquer coisa para manter os seus privilégios. Atuam para impedir a tributação para super-ricos (15 mil brasileiros!) e a taxação dos ganhos e dividendos pornográficos obtidos na ciranda financeira. Deixam claro que apoiarão o retorno do neofascismo ao poder, caso sejam contrariados. E sem qualquer pudor. Lamentarão apenas serem governados por uma figura chula, rasteira, enquanto bebem uma e outra taça de moet&chandon. Coisa que já fizeram e que são capazes de fazer novamente.