Bananas is my Business

 

O resultado eleitoral mais aguardado do ano, da eleição dos EUA, foi uma vitória esmagadora de Trump. Para os norte-americanos será uma era de inúmeros retrocessos. Com maioria nas duas casas legislativas, vai liquidar de vez com o agonizante modelo de democracia liberal  instaurado pela Revolução Americana.

Para os demais países do mundo as consequências são imprevisíveis. Neste momento, proliferam muitas especulações. Alguns analistas dizem que será uma gestão pragmática e mais protecionista. Resta saber o que se entende por esse “pragmatismo”. 

Putin, pelo que se diz, sempre preferiu Trump. Afinal, falam uma linguagem parecida. Um quer restaurar a Grande Rússia. O outro quer fazer a “América grande”  outra vez. Putin sabe que o grande adversário dos EUA é a China. Essa é que será a grande briga de cachorro grande. São grandes as chances da Ucrânia ser entregue à própria sorte. Já o apoio ao genocídio praticado pro Israel prosseguirá. Resta saber se continuará a despejar recursos até a “solução final” ou se optará por uma pausa, mantendo uma guerra de atrito menos dispendiosa.

Por outro lado, as garras do Tio Sam serão mais agressivas naquilo que ele considera o seu quintal. E é aí que entra o destino da maior República Bananeira do planeta. Mas já dá para especular que, para o Brasil, o cenário futuro é muito ruim. Assim como para toda a América Latina. Golpes à vista na Colômbia e Bolívia, risco de guerra civil e intervenção  na Venezuela, ações de desestabilização em diversos países (México que se cuide).

A língua solta de Lula já criou um problema de saída: declarou torcer por Kamala e chamou Trump de nazista. Isso não será esquecido pelo recém-eleito.

O nazifascismo brazuca está em polvorosa. Já estavam animados com os resultados anêmicos da esquerda nas eleições municipais. Sabem que, na hora de uma “escolha difícil”, o Centrão pula no barco deles. Agora contam que terão o apoio dos EUA  para seus intentos. Sonham com a anistia dos golpistas e que Elon Musk voltará a desafiar o Xandão, o único agente institucional que, de fato, impõe limites ao neofascismo. Os próximos dois anos serão tenebrosos.

Naquela encenação do Trump servindo hamburgers num McDonalds, a inclusão de uma brasileira no roteiro não foi aleatória. Vem chumbo grosso por aí. 

Lula é hábil o suficiente para negociar com o novo governo dos EUA. O problema é que, sem grande poder de barganha,  o preço cobrado será caro, muito caro. As concessões feitas aos democratas (veto à Venezuela no BRICS e a preferência por “sinergias” com a nova rota da seda) serão fichinhas perto do que será exigido. 

Diante disso tudo, o mundo democrático refaz agora a clássica pergunta: O que fazer?