Enquanto aguardamos os novos ataques do agressor ianque, Trump e seus asseclas devem estar avaliando onde foi que eles erraram. Rapidamente descobrirão o caminho das pedras. Atacaram os poderes Judiciário e Executivo, sem se dar conta que o elo mais fraco é o Poder Legislativo, fácil de comprar na hora da xepa. Por isso os próximos alvos serão os capos do legislativo que demonstrarem resistência. O líder da Câmara já se ajoelhou. O do Senado logo terá que decidir pra onde irá.
Os democratas brasileiros ficaram claramente atordoados com o voto de um ministro do STF para salvar a cabeça dos golpistas. A reação inicial foi bem humorada: tivemos uma chuva de memes, cada um mais hilário do que o outro. Em seguida vieram as declarações de juristas que, estupefatos com o teor do voto, apontaram contradições, argumentos equivocados e má técnica jurídica. Já outros portais se dedicaram a levantar a “ficha corrida” dos deslizes do magistrado, que foram muitos: o arrivismo para chegar ao STF, os excessos punitivistas, as ações para favorecer os filhos e outros atos de ética duvidosa.
Até havia a expectativa de que o juiz apresentaria algum tipo de divergência, pelo seu histórico e por conta de algumas sutis sinalizações prévias. O que não se esperava era o tamanho do escracho, que ele optasse por se expor de forma tão nauseabunda.
Alguns levantaram suspeitas de que o magistrado tem pretensões políticas, um cargo eletivo ou executivo no grupo político que se alinhou com o voto proclamado. Já outros até especularam que ele apenas leu algo escrito por outra pessoa, a quem prestou obediência. Se isso de fato ocorreu, o juiz teria sofrido uma pressão absurda de algum poder externo. É uma hipótese a ser considerada. Foi lembrado o caso denunciado pelo Edward Snowden, de um político chantageado por conta de informações privadas comprometedoras obtidas pela NSA. Teria o alto magistrado “podres” que o assombram caso sejam revelados? É uma mera conjectura. Seja como for, tudo indica que ele foi exposto a alguma pressão externa poderosa. Ser alvo da lei Magnitsky pode ser um estorvo. No entanto, somente isso não justificaria um voto bizarro que foi muito além dos pleitos dos advogados dos réus.
Entre as táticas de guerra híbrida está a cooptação de autoridades relevantes do país sob ataque. O Legislativo, por ter membros cuja reputação é mais suja que pau de galinheiro, será um alvo fácil. Porém chantagens com uso de informações privadas não são a única forma de se alcançar isso. Um simples punhado de dólares já dissolve quaisquer resistências.
Estamos sob ataque da maior potência do planeta, num cenário de conflito mundial iminente. A chance da nossa frágil democracia ser derrotada não é pequena. Em situações como essa, sempre haverá aqueles que, por suas idiossincrasias, estão prontos a “costear o alambrado”, como diria o saudoso Leonel Brizola (“-É uma expressão gaúcha. Um boi começa a costear o alambrado, vai para lá, vai para cá, bota a cabeça ali, não passa, até que encontra um buraco para passar para o outro lado”).
Talvez por essas razões que o governador de São Paulo finalmente se assumiu como bolsonarista pleno. Vinha se manifestando de forma dúbia, mas decidiu deixar de lado quaisquer pruridos. Fez um cálculo político de que vale a pena fidelizar o nada desprezível eleitorado do ex-presidente, mesmo perdendo o apoio dos eleitores conservadores ditos moderados. E essa avaliação, sem dúvida alguma, levou em conta o cenário de agressão externa.
Fux, com o seu voto, foi outro a fazer a sua escolha. Não foi uma escolha tão natural quanto a do capitão engenheiro-militar. Mas foi quase uma escolha lógica. Fux, embora não faça alarde disso, é notório sionista. Na coalização que se configura no atual conflito mundial, não há dúvidas de que lado estará.
A cada dia que passa fica cada vez mais difícil para qualquer um manter a pose de “isentão”. Em guerras, chega o momento em que tomar partido por um dos lados é um passo incontornável.
Sem espaço para posturas dissimuladas, das manifestações do September 7th pra cá, já temos dois fantoches que se apresentaram para assumir um lugar na República Brazuca de Vichy.
Em breve, outras surpresas – talvez nem tão surpreendentes – virão. É assim que o Brasil Sifux…
Segue a guerra.